São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2010

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Cai o número de presos políticos em Cuba

Influem na queda pressão sobre regime e mudança no jeito de reprimir, diz comissão

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O total de presos políticos em Cuba caiu de 201, em 2009, para 167 na primeira metade de 2010 -a quantidade mais baixa desde a Revolução de 1959. A informação é da Comissão de Direitos Humanos de Cuba (ilegal, mas tolerada por Havana).
Elizardo Sánchez, líder da comissão, atribui a redução ao cumprimento das penas, e não "ao fim da repressão". Mas também cita fatores políticos: primeiro, a pressão sobre o regime, que teve seu pico em fevereiro, com a morte, por greve de fome, do preso político Orlando Zapata.
Segundo, uma mudança na "forma de repressão": em vez de manter os detentos encarcerados por anos, o Estado estaria aplicando mais detenções "arbitrárias de curta duração" -já houve 802 do tipo neste ano- para intimidar dissidentes, diz Sánchez.
Em contrapartida, ele diz também que é esperada para breve a libertação de entre 30 e 40 detentos políticos.
A expectativa por libertações cresce com a chegada a Cuba, ontem, do chanceler espanhol Miguel Ángel Moratinos, para "acompanhar" o diálogo aberto em maio entre a Igreja e o Estado -mediação que levou à soltura de um preso doente e à transferência de 12 detentos.
Outro ponto na agenda de Moratinos é a saúde de Guillermo Fariñas, em greve de fome há quatro meses. O jornal estatal "Granma" escreveu que o dissidente corre risco de morte, apesar dos cuidados médicos. A dissidência interpretou a reportagem como uma tentativa de Havana "evadir responsabilidades" caso Fariñas morra.


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