São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2003 |
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INDONÉSIA Explosão atinge estabelecimento da rede americana Marriott; ataque ocorre dez meses após ação terrorista em Bali Atentado mata 14 em hotel em Jacarta
DA REDAÇÃO Ao menos 14 pessoas morreram e cerca de 150 ficaram feridas em explosão de um carro-bomba diante do hotel Marriott, em Jacarta (Indonésia). Outras fontes falaram em um número maior de mortos. A polícia indonésia disse que o atentado terrorista deve ter sido uma ação suicida. Há apenas um estrangeiro morto e nove feridos. O morto é um executivo holandês. Dois americanos se feriram. Dezenas de carros e táxis que estavam estacionados em frente ao hotel se incendiaram. Muitas janelas dos 33 andares do hotel, um dos mais luxuosos da cidade, quebraram. O lobby foi destruído. Um complexo diplomático com embaixadas de países escandinavos foi levemente danificado. O atentado ocorreu dez meses após outra ação terrorista ter abalado a Indonésia. Em outubro do ano passado, um atentado em Bali, principal destino turístico do país, deixou mais de 200 mortos. O grupo terrorista islâmico Jemaah Islamiyah, ligado à rede Al Qaeda e acusado de ter cometido o atentado em Bali, é o principal suspeito estar por trás da ação terrorista de ontem. Peritos encontraram no local vestígios de clorato de potássio. A substância explosiva foi a mesma utilizada no atentado em Bali. Abu Bakar Bashir, líder espiritual do grupo, prestou depoimento ontem em julgamento sobre uma série de atentados em 2000. A ação de ontem ocorreu na hora do almoço, quando muitos trabalhadores deixavam seus escritórios e as mesquitas da cidade chamavam os fiéis para rezar -a Indonésia é o mais populoso país muçulmano do mundo. Mas Bali tem maioria hindu. A Marriott -a rede à qual pertence o hotel que sofreu o atentado- é norte-americana. A Embaixada dos EUA em Jacarta costuma realizar eventos no local. A ocupação do hotel ontem era de 77%, muitos deles estrangeiros. Instabilidade A ação de ontem volta a elevar os temores de que os americanos sejam alvo de novos ataques terroristas na Indonésia. Em abril, o país foi considerado seguro pelos EUA, e os diplomatas receberam sinal verde para levarem suas famílias para viver lá. O governo indonésio havia elevado a segurança no país após o atentado em Bali. O turismo foi duramente afetado após o atentado do ano passado. Os australianos, que representam o maior número de visitantes do país, foram o principal alvo daquela ação. A situação do país, que passou por uma série de crises nos últimos anos, também ficou instável após o atentado em Bali. O mercado financeiro também foi afetado pelo atentado de ontem. A rupia, moeda do país, sofreu uma desvalorização de mais de 2%. A Bolsa de Valores de Jacarta registrou uma queda de 3,1%. Muitos executivos cancelaram reuniões. Hotéis da capital indonésia também registraram uma série de cancelamentos. O atentado foi o primeiro atribuído a grupos ligados à rede Al Qaeda desde a série de explosões que atingiu a Arábia Saudita e Marrocos, em maio. A presidente da Indonésia, Megawati Sukarnoputri, havia dito, apenas quatro dias atrás, em discurso para o país, que existia uma ameaça terrorista. A Indonésia se comprometeu com os EUA em ajudar os americanos na guerra contra o terrorismo. A presidente afirmou ontem que a segurança deve ser reforçada. O governo dos EUA condenou o atentado. O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, classificou a ação de um "ato terrorista deplorável". "Continuamos apoiando a presidente da Indonésia no combate ao terrorismo", acrescentou. Com agências internacionais Próximo Texto: Atentado em Bali terá sua primeira sentença amanhã Índice |
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