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São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2003

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Atentado em Bali terá sua primeira sentença amanhã

DA ASSOCIATED PRESS

O julgamento de Amrozi bin Nurhasyim e de outros 30 suspeitos de envolvimento nas explosões ocorridas numa boate de Bali, na Indonésia, que mataram 102 pessoas (estrangeiros em sua maioria) em 2002, terá seu apogeu amanhã, quando um juiz definirá a sentença do réu mais conhecido.
O destino de Bin Nurhasyim, 41, que ficou conhecido como o "Bombardeador Sorridente" depois de aparecer sorrindo na TV ao ser preso, gera tensão na ilha indonésia. Após vê-lo sorrir e desprezar a Justiça durante três meses, a população de Bali, que é majoritariamente hindu -diferentemente do restante da Indonésia, que é muçulmano-, espera que ele receba a pena de morte.
De acordo com autoridades indonésias, as explosões foram orquestradas e executadas por membros do grupo terrorista Jemaah Islamiyah, que é ligado à rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, e atua no sudeste da Ásia. O grupo teria a veleidade de criar um Estado islâmico independente na região, mas seus líderes negam essa acusação.
Abu Bakar Bashir, 64, líder espiritual do Jemaah Islamiyah, é acusado pela Justiça indonésia de traição. Os promotores afirmam que Bashir pretende estabelecer um Estado fundamentalista islâmico na Indonésia e derrubar seu atual governo.
Coincidentemente, enquanto a polícia vasculhava os escombros do hotel, em Jacarta, ontem, Bashir prestava depoimento numa corte da capital indonésia. Ele também responde à acusação de estar por trás de uma série de atentados contra igrejas, ocorrida na véspera do Natal de 2000.
Uma pena mais branda do que a prisão perpétua para Bin Nurhasyim deverá provocar controvérsia, especialmente na Austrália (88 pessoas mortas nas explosões eram australianas), e gerar dúvidas sobre a capacidade da Justiça indonésia de conter o extremismo islâmico.
Bin Nurhasyim admitiu ter comprado o automóvel usado nas explosões de Bali. A Justiça também diz ter provas recolhidas no local das explosões que, supostamente, o incriminam.


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