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ORIENTE MÉDIO
Premiê palestino está insatisfeito com o número de prisioneiros a serem libertados por Israel
Mazen decide cancelar reunião com Sharon
DA REDAÇÃO
O premiê palestino, Mahmoud
Abbas, mais conhecido como
Abu Mazen, decidiu cancelar o
encontro que teria hoje com o
premiê israelense, Ariel Sharon,
devido à insatisfação com o número de prisioneiros palestinos a
serem libertados por Israel.
O cancelamento do encontro foi
visto como mais um sinal das dificuldades de avanço no plano de
paz para além da frágil trégua vigente desde junho. Os dois lados
se acusam de não-cumprimento
das metas propostas.
Hoje serão libertados 342 presos. Outros 99 devem deixar a prisão em breve. Na semana passada, Israel havia dito que 540 deveriam ser libertados.
Mesmo o último número não
satisfazia as aspirações da ANP
(Autoridade Nacional Palestina).
Para os palestinos, cerca de 3.000
prisioneiros poderiam ser libertados, sem risco para a segurança de
Israel. E afirmam que muitos dos
prisioneiros que serão soltos já estão no fim de suas penas.
Os grupos terroristas exigem a
libertação de quase todos os prisioneiros. Caso contrário, ameaçam romper o cessar-fogo.
Israel aceita libertar apenas prisioneiros que não ofereçam risco
para a segurança do país.
A libertação dos prisioneiros
não faz parte do plano de paz. Porém é incentivada pelos EUA,
principais patrocinadores do plano. O objetivo é fortalecer Mazen.
Com as prisões, ele pode mostrar
conquistas a seus críticos.
Outra insatisfação palestina ontem se deu com a decisão de Israel
de prorrogar o fechamento da
Orient House em Jerusalém, por
mais seis meses. O local é sede da
OLP (Organização pela Libertação da Palestina) na cidade e está
fechado há dois anos. Ele reflete a
aspiração palestina de ter Jerusalém Oriental como sua capital.
Israel afirma que o local foi usado para fomentar a Intifada (levante palestino).
Falta de ação
Até agora, nenhum dos dois lados cumpriu integralmente sua
parte no plano de paz. Os palestinos não começaram a desarmar
os terroristas, e Israel não congelou a construção de colônias na
Cisjordânia e segue na maior parte das cidades palestinas.
Os EUA temem o retorno da
violência e pressionam os dois lados. Querem que Israel suspenda
a construção de uma cerca separando o território israelense da
Cisjordânia. A cerca, que visa impedir a entrada de terroristas, incorpora áreas palestinas.
Os EUA cogitam inclusive suspender garantias de empréstimos
a Israel por causa da cerca.
Ao mesmo tempo, Washington
pressiona a ANP para que comece
a desarmar ou intensifique o controle sobre os grupos terroristas.
"A situação no Oriente Médio
não fica parada num plano elevado por muito tempo. A tendência
é de rolar ladeira abaixo", disse
uma autoridade americana.
Com agências internacionais
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