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Farc roubaram armas suecas, diz Chávez
Presidente nega elo com guerrilha e afirma que bases dos EUA na Colômbia podem começar guerra na América do Sul
Em reação, venezuelano
diz que vai comprar tanques
russos e anuncia suspensão
de acordo de importação de 10 mil carros colombianos
DA REDAÇÃO
O presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, disse ontem que
o acordo que pode permitir aos
EUA ampliar a presença militar
em sete bases na Colômbia pode começar uma guerra na
América do Sul.
Em resposta à "ameaça",
anunciou que vai comprar "uns
40 tanques" quando visitar a
Rússia em setembro. Chávez,
que já comprou US$ 4 bilhões
em helicópteros, caças e rifles
russos, disse ter falado por telefone com o premiê russo, Vladimir Putin, sobre o tema ontem.
Em conversa com imprensa
estrangeira em Caracas, o venezuelano rejeitou elos com as
Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Disse
que o plano do Pentágono é tachá-lo de narcotraficante para
tirá-lo do poder -a exemplo da
ação contra o panamenho Manuel Noriega em 1989.
Chávez exibiu suposto documento militar no qual lança-foguetes AT-4 do Exército venezuelano são listados como roubados pelas Farc em 1995, em
ataque a um posto militar na
fronteiriça cidade de Cararabo.
A apreensão de AT-4 venezuelanos com as Farc em 2008
levou a Colômbia e a Suécia
-país da fabricante do armamento- a cobrar Chávez, há
nove dias. Bogotá disse ter alertado Caracas antes, sem obter
resposta. Na semana passada, o
governo Chávez já havia relacionado o ataque de 1995 às armas, sem mostrar documentos.
Chávez voltou a dizer que a
cobrança pelos "inúteis" AT-4 é
"uma manobra suja" do colega
colombiano, Álvaro Uribe, para
aplacar suas críticas ao acordo
militar negociado com os EUA.
Em reação, Caracas "congelou" relações econômicas e diplomáticas com Bogotá na semana passada. Ontem, Chávez
fez a primeira restrição econômica concreta: a suspensão de
um acordo para a importação
de 10 mil veículos colombianos.
Chávez disse-se "frustrado"
com o presidente americano,
Barack Obama. Acusou-o de só
apostar na solução militar para
o conflito colombiano. "Esse
problema não tem solução militar, temos de buscar uma solução política, negociada."
Os EUA dizem que o objetivo
do acordo com a Colômbia é
combater as Farc e o narcotráfico. Estima-se que 55% da cocaína do país, maior produtor
do mundo, venha da guerrilha.
As acusações de laços e apoio
material da Venezuela às Farc
também incluem documentos
encontrados em laptops de
guerrilheiros -evidência contestada por Caracas- e também acusações coletadas por
"serviços de inteligência ocidentais", informou o "New
York Times" nesta semana.
Os EUA também já demonstraram preocupação com os níveis de corrupção nas forças de
segurança venezuelanas na porosa fronteira com a Colômbia.
O ex-ditador cubano Fidel
Castro saiu em apoio do aliado:
defendeu em artigo o direito de
Chávez de se armar contra as
bases na Colômbia, "sete punhais no coração" da região.
Com agências internacionais
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