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Alemanha anuncia ter frustrado ato terrorista
Acusados planejavam explodir bombas em alvos americanos, segundo polícia
Detidos pertenciam a grupo radical islâmico ligado à Al Qaeda; segundo chanceler alemã, investigação policial evitou "atentado horrível"
DA REDAÇÃO
Os serviços de segurança alemães prenderam ontem três
homens acusados de planejar
ataques terroristas iminentes
contra alvos americanos na
Alemanha. Segundo informações da polícia alemã e dos Estados Unidos, os detidos -dois
alemães convertidos ao islamismo e um turco- pertencem
ao grupo sunita União da Jihad
Islâmica, ligado à rede terrorista Al Qaeda, e pretendiam explodir bombas no Aeroporto
Internacional de Frankfurt, na
base aérea americana de Ramstein e em bares e discotecas freqüentados por americanos.
Os acusados foram identificados como Fritz G., 28, Adem
Y., 28, e Daniel S., 21. A promotora federal alemã Monika
Harms afirmou que os suspeitos haviam adquirido explosivos com capacidade igual à de
550 kg de TNT e estavam prestes a realizar os ataques -supostamente influenciados pela
proximidade do sexto aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA-
quando foram detidos em uma
casa de veraneio em Sauerland,
oeste do país.
"Graças à cooperação das polícias federal e local durante vários meses, fomos capazes de
impedir ataques massivos",
afirmou Harms em uma entrevista coletiva ontem. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse
que "um atentado horrível" foi
evitado. "Isso mostra que a
ameaça terrorista não é abstrata. É real", afirmou, em Berlim.
Segundo o chefe da agência
anticrime federal alemã, Jörg
Ziercke, "o motivo aparente da
trama é o ódio aos americanos".
Ele informou que os três presos
freqüentaram campos de treinamento terrorista da União da
Jihad Islâmica no Paquistão.
Investigação
As prisões foram feitas durante buscas em 40 diferentes
locais ontem na Alemanha. Segundo a polícia, 300 homens
investigavam o caso depois que
um dos suspeitos foi visto vigiando uma base americana em
dezembro último na cidade alemã de Hanau. Há alguns dias,
os acusados foram parados em
uma operação de trânsito e ficaram muito nervosos, informou Ziercke, o que levou à intensificação da investigação.
O chefe anticrime afirmou
que, entre fevereiro e agosto
deste ano, os suspeitos juntaram 12 barris com 730 kg de
uma solução contendo peróxido de hidrogênio -a mesma
substância usada nos atentados
suicidas de julho de 2005 contra o sistema de transporte público de Londres, que mataram
52 pessoas. Ziercke disse ainda
que os acusados planejavam
executar explosões simultâneas com carros-bomba em vários pontos da Alemanha. A polícia alemã não descartou a possibilidade de novas prisões.
O ressurgimento de grupos
radicais islâmicos é foco de especial atenção no país desde
2001, quando a cidade de Hamburgo (norte) foi usada como
base para o planejamento dos
ataques de 11 de setembro de
2001 contra as Torres Gêmeas
em Nova York e o Pentágono.
Apesar de não tomar parte na
Guerra do Iraque -"justificativa" para atentados em várias
partes do mundo-, a Alemanha mantém 3.000 soldados no
Afeganistão e o nível de alerta
contra ataques é alto.
Em abril último, a embaixada
dos EUA em Berlim anunciou
que fortaleceria a segurança em
bases militares e diplomáticas
como resposta à crescente
ameaça de atentados. O FBI informou que autoridades americanas participaram das investigações, mas que não há ameaça
contra os EUA no momento.
Com agências internacionais e "Financial Times"
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