São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2007

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Alemanha anuncia ter frustrado ato terrorista

Acusados planejavam explodir bombas em alvos americanos, segundo polícia

Detidos pertenciam a grupo radical islâmico ligado à Al Qaeda; segundo chanceler alemã, investigação policial evitou "atentado horrível"

DA REDAÇÃO

Os serviços de segurança alemães prenderam ontem três homens acusados de planejar ataques terroristas iminentes contra alvos americanos na Alemanha. Segundo informações da polícia alemã e dos Estados Unidos, os detidos -dois alemães convertidos ao islamismo e um turco- pertencem ao grupo sunita União da Jihad Islâmica, ligado à rede terrorista Al Qaeda, e pretendiam explodir bombas no Aeroporto Internacional de Frankfurt, na base aérea americana de Ramstein e em bares e discotecas freqüentados por americanos.
Os acusados foram identificados como Fritz G., 28, Adem Y., 28, e Daniel S., 21. A promotora federal alemã Monika Harms afirmou que os suspeitos haviam adquirido explosivos com capacidade igual à de 550 kg de TNT e estavam prestes a realizar os ataques -supostamente influenciados pela proximidade do sexto aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA- quando foram detidos em uma casa de veraneio em Sauerland, oeste do país.
"Graças à cooperação das polícias federal e local durante vários meses, fomos capazes de impedir ataques massivos", afirmou Harms em uma entrevista coletiva ontem. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que "um atentado horrível" foi evitado. "Isso mostra que a ameaça terrorista não é abstrata. É real", afirmou, em Berlim.
Segundo o chefe da agência anticrime federal alemã, Jörg Ziercke, "o motivo aparente da trama é o ódio aos americanos". Ele informou que os três presos freqüentaram campos de treinamento terrorista da União da Jihad Islâmica no Paquistão.

Investigação
As prisões foram feitas durante buscas em 40 diferentes locais ontem na Alemanha. Segundo a polícia, 300 homens investigavam o caso depois que um dos suspeitos foi visto vigiando uma base americana em dezembro último na cidade alemã de Hanau. Há alguns dias, os acusados foram parados em uma operação de trânsito e ficaram muito nervosos, informou Ziercke, o que levou à intensificação da investigação.
O chefe anticrime afirmou que, entre fevereiro e agosto deste ano, os suspeitos juntaram 12 barris com 730 kg de uma solução contendo peróxido de hidrogênio -a mesma substância usada nos atentados suicidas de julho de 2005 contra o sistema de transporte público de Londres, que mataram 52 pessoas. Ziercke disse ainda que os acusados planejavam executar explosões simultâneas com carros-bomba em vários pontos da Alemanha. A polícia alemã não descartou a possibilidade de novas prisões.
O ressurgimento de grupos radicais islâmicos é foco de especial atenção no país desde 2001, quando a cidade de Hamburgo (norte) foi usada como base para o planejamento dos ataques de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas em Nova York e o Pentágono. Apesar de não tomar parte na Guerra do Iraque -"justificativa" para atentados em várias partes do mundo-, a Alemanha mantém 3.000 soldados no Afeganistão e o nível de alerta contra ataques é alto.
Em abril último, a embaixada dos EUA em Berlim anunciou que fortaleceria a segurança em bases militares e diplomáticas como resposta à crescente ameaça de atentados. O FBI informou que autoridades americanas participaram das investigações, mas que não há ameaça contra os EUA no momento.


Com agências internacionais e "Financial Times"


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