São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2007

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Câmara debate Venezuela no Mercosul

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No primeiro debate sobre a entrada da Venezuela no Mercosul realizado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) criticou a falta de transparência e estranhou a agilidade do processo de adesão, enquanto o Itamaraty destacou aspectos democráticos do governo de Hugo Chávez e insistiu nos benefícios econômicos para o Brasil.
Segundo Soraia Rosar, diretora de Negociações Internacionais da CNI, outro problema identificado pelos empresários nacionais é a insegurança de parceiros tradicionais do Brasil, como os europeus. De acordo com relatos ouvidos pela CNI, eles temeriam a influência de Chávez em futuras negociações do Mercosul.
Ela acrescentou que há "insegurança sobre normas de comércio de bens" e "cronogramas desequilibrados", além da "falta de transparência".
"O que pleiteamos é que a Venezuela cumpra com o processo de adesão agora e que fique claro um período de transição tranqüilo e sem sobressaltos do empresariado", afirmou.
O embaixador Afonso Cardoso, diretor do Departamento de Integração do Itamaraty, afirmou que a Venezuela comprometeu-se com a chamada cláusula democrática do Mercosul e não haveria razões para duvidar de seu descumprimento. Ele rebateu a crítica dos empresários europeus dizendo que a Venezuela trará demandas, mas também ampliará oportunidades aos parceiros do Mercosul.
O protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul deve ser votado na próxima quarta-feira. A adesão já foi aprovada por Argentina e Uruguai. Há dois meses, Chávez reclamou publicamente da demora do Congresso brasileiro e chegou a dar um ultimato aos congressistas, mas voltou atrás.


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