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RÚSSIA
Candidato do Kremlin, considerado títere de Putin, vence no primeiro turno, segundo primeiro-ministro tchetcheno
Kadyrov é eleito na Tchetchênia, diz premiê
DA REUTERS
O premiê da Tchetchênia, Anatoly Popov, disse ontem que resultados parciais da eleição para
presidente (governador) da república russa indicavam que Akhmad Kadyrov, chefe da administração tchetchena pró-Moscou,
ganharia a disputa no primeiro
turno, segundo a agência de notícias russa Itar-Tass.
De acordo com Popov, Kadyrov
recebera cerca de 80% dos votos
apurados ontem (cuja quantidade não foi revelada), em 12 dos 20
distritos eleitorais tchetchenos.
Eleitores cansados da guerra na
Tchetchênia votaram para escolher seu presidente, numa eleição
vista pelo Kremlin como um passo importante rumo à estabilização política da região, que vive em
situação de conflito desde 1994.
Kadyrov é visto pela maioria da
população local como um títere
do presidente russo, Vladimir Putin. Grupos de defesa dos direitos
humanos classificaram o pleito de
"uma farsa", já que o único candidato que tinha chances de derrotar Kadyrov, Malik Saidullayev,
foi afastado da eleição pela Suprema Corte russa por conta de problemas com sua inscrição.
Uma hora antes do fechamento
das urnas, segundo a agência de
notícias Interfax -que citou o
chefe da comissão eleitoral local,
Abdul Kerim Arsakhanov-, 81%
dos 561 mil eleitores inscritos já tinham votado. Cerca de 30 mil soldados russos puderam votar,
além de refugiados que vivem na
vizinha Inguchétia. O dia foi considerado calmo. As forças russas
temiam um ataque por parte dos
separatistas tchetchenos, que boicotaram a eleição.
O conflito na Tchetchênia já
matou dezenas de milhares de
pessoas, mas sua solução ainda
parece estar distante. Os russos
acusam os tchetchenos de ter ligação com terroristas internacionais, mas os principais líderes independentistas negam essa acusação.
Putin fez do pleito tchetcheno
parte de sua campanha para mostrar aos russos que o conflito está
perto de ser resolvido, pensando
na eleição legislativa russa de dezembro. Seu maior temor é que os
tchetchenos cometam atentados
em grandes cidades russas. Cerca
de 16 mil soldados protegeram os
locais de votação ontem.
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