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"Fogo indireto" retarda chegada de Condoleezza a Bagdá em visita-surpresa
DE WASHINGTON
A secretária de Estado dos
EUA, Condoleezza Rice, pôde
comprovar ao vivo a eficácia da
presença norte-americana no
Iraque e se aquele país árabe se
encontra de fato imerso numa
guerra civil. O vôo que a levava
a Bagdá numa visita-surpresa
teve de atrasar a aterrissagem
por meia hora, por conta de "fogo indireto" de morteiros na vizinhança, segundo um porta-voz que a acompanhava.
Depois de descer do C-17 que
a levava, Rice foi transportada
de helicóptero do Aeroporto
Internacional de Bagdá (ex-Saddam Hussein) para a zona
verde, onde fica a sede do governo, usando capacete e colete
antibalas. Na véspera de sua
chegada à capital iraquiana, explosões e tiroteios mataram 34
pessoas em todo o país. Desde
sábado, 21 soldados norte-americanos foram mortos, na pior
semana em três anos.
Em sua passagem, a primeira
em seis meses, ela se encontrou
com o premiê Nuri Kamal al
Maliki e ofereceu apoio dos
EUA para trazer estabilidade
ao país. "É um momento crítico
para o governo iraquiano", disse Rice, para quem o comando
local deve mostrar que está no
controle para que o país não entre numa guerra civil -para
muitos, essa é a situação em
que já se encontra.
A secretária de Estado planejava ainda se encontrar com o
presidente Jalal Talabani e líderes sunitas. Maliki, disse ela,
é um "bom primeiro-ministro"
e "tem a força" necessária para
a união do país. Uma das principais críticas feitas ao iraquiano
é a falta de pulso para conciliar
os interesses contraditórios de
sunitas, xiitas e curdos, o que
ajudaria a manter a instabilidade do país.
Na semana passada, ele suspendeu 700 policiais iraquianos suspeitos de pertencerem a
um esquadrão da morte. A ação
foi elogiada pela norte-americana. "Ele está começando a
realmente tomar algumas atitudes" para acabar com a insurgência e restabelecer a ordem,
disse, referindo-se ao caso. "O
problema de segurança não pode ser tolerado e não pode contar com inação política." Para
ela, os iraquianos têm um tempo limitado para resolver suas
diferenças políticas e não podem entrar em "debates sem
fim" sobre essas questões.
A parada iraquiana faz parte
de sua turnê pelo Oriente Médio, que já contou com pousos
no Egito, Arábia Saudita e Israel e na qual ela tenta fortalecer a figura de Mahmoud Abbas, o presidente palestino, na
região.
(SD)
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