São Paulo, sexta-feira, 06 de outubro de 2006

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"Fogo indireto" retarda chegada de Condoleezza a Bagdá em visita-surpresa

DE WASHINGTON

A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, pôde comprovar ao vivo a eficácia da presença norte-americana no Iraque e se aquele país árabe se encontra de fato imerso numa guerra civil. O vôo que a levava a Bagdá numa visita-surpresa teve de atrasar a aterrissagem por meia hora, por conta de "fogo indireto" de morteiros na vizinhança, segundo um porta-voz que a acompanhava.
Depois de descer do C-17 que a levava, Rice foi transportada de helicóptero do Aeroporto Internacional de Bagdá (ex-Saddam Hussein) para a zona verde, onde fica a sede do governo, usando capacete e colete antibalas. Na véspera de sua chegada à capital iraquiana, explosões e tiroteios mataram 34 pessoas em todo o país. Desde sábado, 21 soldados norte-americanos foram mortos, na pior semana em três anos.
Em sua passagem, a primeira em seis meses, ela se encontrou com o premiê Nuri Kamal al Maliki e ofereceu apoio dos EUA para trazer estabilidade ao país. "É um momento crítico para o governo iraquiano", disse Rice, para quem o comando local deve mostrar que está no controle para que o país não entre numa guerra civil -para muitos, essa é a situação em que já se encontra.
A secretária de Estado planejava ainda se encontrar com o presidente Jalal Talabani e líderes sunitas. Maliki, disse ela, é um "bom primeiro-ministro" e "tem a força" necessária para a união do país. Uma das principais críticas feitas ao iraquiano é a falta de pulso para conciliar os interesses contraditórios de sunitas, xiitas e curdos, o que ajudaria a manter a instabilidade do país.
Na semana passada, ele suspendeu 700 policiais iraquianos suspeitos de pertencerem a um esquadrão da morte. A ação foi elogiada pela norte-americana. "Ele está começando a realmente tomar algumas atitudes" para acabar com a insurgência e restabelecer a ordem, disse, referindo-se ao caso. "O problema de segurança não pode ser tolerado e não pode contar com inação política." Para ela, os iraquianos têm um tempo limitado para resolver suas diferenças políticas e não podem entrar em "debates sem fim" sobre essas questões.
A parada iraquiana faz parte de sua turnê pelo Oriente Médio, que já contou com pousos no Egito, Arábia Saudita e Israel e na qual ela tenta fortalecer a figura de Mahmoud Abbas, o presidente palestino, na região. (SD)


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