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Juiz pede libertação de família Pinochet
Carlos Cerda, que ordenou prisões, disse ter cumprido requisito técnico; corte deve decidir soltura hoje
DA REDAÇÃO
O mesmo juiz que ordenou a
prisão dos familiares do ditador
chileno Augusto Pinochet
(1973-1990) anteontem pediu
ontem liberdade provisória para a viúva do general, seus cinco
filhos e outros 16 colaboradores acusados de desvio de verba
pública. A decisão sobre a libertação será tomada pela Corte
de Apelações chilena, que se
reúne na manhã de hoje.
O juiz Carlos Cerda explicou
sua decisão argumentando que
estava obrigado por lei, dada a
gravidade do suposto delito cometido pelos acusados, a ordenar a prisão. Uma vez cumprido
o requisito, decidiu pedir ele
próprio a liberdade provisória.
"Não existem elementos para manter a prisão dessas pessoas, portanto adotei a decisão
de dar-lhes liberdade", explicou Cerda, que já foi afastado
do caso durante um ano, acusado pela defesa de ser parcial.
O pedido vale para 22 dos 23
detidos sob a acusação de terem colaborado em suposto esquema de desvio de verba públicas que teriam originado a fortuna dos Pinochet -cerca de
US$ 27 milhões mantidos em
contas bancárias no exterior.
A medida não inclui Oscar
Aitken, o testamenteiro de Pinochet, que não foi detido ontem porque está doente.
A viúva do general morto em
dezembro passado, Lucía Hiriart, 84, que anteontem sofreu
alteração de pressão arterial ao
saber da acusação, continuava
ontem no Hospital Militar de
Santiago. Os filhos de Pinochet
permaneciam em presídios.
Recursos
Além de analisar o pedido do
juiz Carlos Cerda, a Corte de
Apelações também analisará os
recursos apresentados pela defesa dos acusados.
Segundo reportagem do
website do jornal chileno "La
Tercera", se a corte resolver
acatar o pedido de liberdade
provisória de Cerda, os acusados deverão pagar a fiança antes de deixar a cadeia.
Se a corte resolver acatar os
recursos da defesa, a situação
poderá ser distinta. É que, além
de pedidos de habeas corpus,
há pedidos de anulação da ação,
que consideram arbitrária.
Em sua defesa, os Pinochet
dizem que o dinheiro hoje no
exterior não é fruto de corrupção -e sim de doações, economias, e rendimentos.
Ontem, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, criticou a
direita durante evento que comemorava a criação da Concertação, a coalizão de centro-esquerda que governa o Chile
desde o fim da ditadura Pinochet. "Somos o que a direita
queria ser e nunca pôde, somos
os que dissemos "não" [contra
Pinochet] e lutamos contra a
ditadura", disse ela, que enfrenta os piores índices de aprovação desde que assumiu o governo, em 2006.
Bachelet se refere à votação
de um plebiscito, em 1988, que
decidiu se Pinochet ficaria no
poder até 1996 ou sairia, como
ocorreu, em 1990.
Com agências internacionais
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