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Petrobras não fechou acordo no prazo estabelecido pelo Equador
Correa ameaçou nacionalizar único campo explorado pela empresa no país
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Ameaçada anteontem de expulsão pelo presidente Rafael
Correa, a Petrobras não fechou
um acordo no prazo estabelecido pelo governo equatoriano
para um novo contrato do bloco 18, o único em operação pela
empresa no país. O prazo venceu há dez dias.
Durante as mesas de negociação com a Petrobras, segundo a Folha apurou, o governo
equatoriano havia fixado o dia
26 de setembro para que a empresa assinasse um novo contrato para se converter em
prestadora de serviços -exigência estendida a todas as petroleiras que atuam no país.
Antes, um prazo de seis meses, dado a todas as empresas,
tampouco fora suficiente para
um acordo.
Anteontem, em seu programa de rádio e TV, Correa disse
ter se reunido com o ministro
de de Minas e Petróleo, Galo
Chiriboga, e com a equipe negociadora "principalmente para ver o contrato da Petrobras".
Além das dificuldades com as
negociações, a Petrobras ainda
está sendo acusada de explorar
ilegalmente o campo Palo Azul,
vizinho ao bloco 18. Recentemente, a estatal PetroEcuador
anunciou a contratação de uma
auditoria para investigar o assunto.
O bloco 18 produz em média
32 mil barris diários, 6% da
produção total do país, estimada em 508 mil barris por dia.
Descontente com o aumento
da carga tributária e com os
contratos de prestação de serviços, a Petrobras devolveu recentemente ao Estado equatoriano o seu outro bloco, 31, que
não havia sido desenvolvido.
Produção em queda
O Equador tem enfrentado
dificuldades para manter a sua
produção de petróleo, o principal produto de exportação do
país. Correa culpa as multinacionais, alegando que não cumprem com as metas de investimento. No mês passado, o ministro Chiriboga disse que a
previsão para o ano que vem é
de 480 mil barris diários, 9% a
menos do que a previsão inicial
do governo, de 530 mil.
A Petrobras é a segunda empresa brasileira em apuros no
Equador. Correa também
ameaça expulsar a Odebrecht
por causa de problemas na
construção da usina San Francisco, a segunda do país, paralisada desde junho.
O presidente equatoriano
promete anunciar uma decisão
sobre a Odebrecht amanhã,
quando se reunirá com seus assessores da área de energia.
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