São Paulo, segunda-feira, 06 de outubro de 2008

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Petrobras não fechou acordo no prazo estabelecido pelo Equador

Correa ameaçou nacionalizar único campo explorado pela empresa no país

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

Ameaçada anteontem de expulsão pelo presidente Rafael Correa, a Petrobras não fechou um acordo no prazo estabelecido pelo governo equatoriano para um novo contrato do bloco 18, o único em operação pela empresa no país. O prazo venceu há dez dias.
Durante as mesas de negociação com a Petrobras, segundo a Folha apurou, o governo equatoriano havia fixado o dia 26 de setembro para que a empresa assinasse um novo contrato para se converter em prestadora de serviços -exigência estendida a todas as petroleiras que atuam no país.
Antes, um prazo de seis meses, dado a todas as empresas, tampouco fora suficiente para um acordo.
Anteontem, em seu programa de rádio e TV, Correa disse ter se reunido com o ministro de de Minas e Petróleo, Galo Chiriboga, e com a equipe negociadora "principalmente para ver o contrato da Petrobras".
Além das dificuldades com as negociações, a Petrobras ainda está sendo acusada de explorar ilegalmente o campo Palo Azul, vizinho ao bloco 18. Recentemente, a estatal PetroEcuador anunciou a contratação de uma auditoria para investigar o assunto.
O bloco 18 produz em média 32 mil barris diários, 6% da produção total do país, estimada em 508 mil barris por dia.
Descontente com o aumento da carga tributária e com os contratos de prestação de serviços, a Petrobras devolveu recentemente ao Estado equatoriano o seu outro bloco, 31, que não havia sido desenvolvido.

Produção em queda
O Equador tem enfrentado dificuldades para manter a sua produção de petróleo, o principal produto de exportação do país. Correa culpa as multinacionais, alegando que não cumprem com as metas de investimento. No mês passado, o ministro Chiriboga disse que a previsão para o ano que vem é de 480 mil barris diários, 9% a menos do que a previsão inicial do governo, de 530 mil.
A Petrobras é a segunda empresa brasileira em apuros no Equador. Correa também ameaça expulsar a Odebrecht por causa de problemas na construção da usina San Francisco, a segunda do país, paralisada desde junho.
O presidente equatoriano promete anunciar uma decisão sobre a Odebrecht amanhã, quando se reunirá com seus assessores da área de energia.


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