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Lama tóxica mata quatro na Hungria
Lixo industrial, que é resultado do refino da bauxita, vaza de fábrica de alumínio e pode chegar ao rio Danúbio
Ministro do Ambiente classifica acidente de "catástrofe ecológica'; premiê fala em uma possível falha humana
Bela Szandelszky/Associated Press
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Soldado, usando equipamento de proteção, ajuda na limpeza de rua inundada por lama tóxica na cidade de Devecser
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O governo da Hungria decretou ontem estado de
emergência em três condados após o vazamento de lama tóxica de uma fábrica de
alumínio ter inundado diversas cidades.
Ao menos quatro pessoas
morreram e 120 se feriram
com o rompimento de um reservatório da fábrica Timfoldgyar, em Ajka, 160 km a
sudoeste de Budapeste.
As causas ainda são desconhecidas, mas o premiê húngaro, Viktor Orban, disse que
o acidente pode ter sido causado por erro humano.
Ele também afirmou que
não há ameaça de radiação
na área afetada pela inundação de lama vermelha tóxica.
Até agora, cerca de 1 milhão de m3 (400 piscinas
olímpicas) de lodo vazou,
afetando estimados 40 km2,
segundo o ministro do Meio
Ambiente, Zoltan Illes.
Ele classificou o acidente
de "catástrofe ecológica" e
disse que a lama pode atingir
os rios Raba e Danúbio. O ministro suspendeu as atividades na fábrica e ordenou que
o reservatório seja reparado.
A lama vermelha, lixo industrial resultado do refino
de bauxita, tem metais pesados e é tóxica se ingerida.
Muitos dos feridos tiveram
queimaduras quando a lama
penetrou em suas roupas.
Outros estão sob observação,
pois queimaduras químicas
causadas pela lama podem
demorar dias para aparecer.
Além disso, o que aparenta ser ferimento superficial
pode, mais tarde, atingir tecidos profundos da pele, segundo Peter Jakabos, do hospital Gyor, para onde muitos
dos feridos foram levados.
Ainda não se sabe a causa
das mortes. As vítimas podem também ter se afogado.
DESESPERO
Em Devecser, a enxurrada
de lama chegou a atingir
quase dois metros de altura.
Na casa de Tunde Erdelui,
equipes de resgate usaram
um machado para permitir
que o lodo escoasse pela porta. "Quando ouvi o estrondo,
só tive tempo para pular pela
janela e correr para um lugar
mais alto", disse ela.
Em Kolontal, Erzsebet
Vengartner, 61, estava na cozinha quando a lama atingiu
sua casa, na segunda-feira.
"Olhei para fora e tudo o que
vi foi o fluxo crescendo como
uma onda enorme."
Ambientalistas locais dizem que, há anos, tentam
chamar a atenção do governo para os riscos da lama vermelha, apontando para um
relatório de 2003 que estimava em 30 milhões de toneladas a quantidade desse lixo
industrial no país.
A MAL, proprietária da fábrica, disse que, de acordo
com os padrões da União Europeia, a lama vermelha não
é considerada lixo tóxico.
FOLHA.com
Veja galeria de fotos da
inundação de lama tóxica
na Hungria
folha.com.br/102784
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