DA REDAÇÃO

Com as tropas americanas no Iraque operando em seu limite, o Pentágono começaria na noite de ontem a alertar, para futura convocação, milhares de reservistas e membros da Guarda Nacional. Marines que já deixaram o país também teriam de retornar.
Segundo o general Peter Pace, vice-chefe do Estado-Maior americano, a convocação ocorreria em janeiro e seria um "revezamento natural" das tropas, parte das quais já teve seu tempo de serviço estendido em meses.
Pace afirmou ainda que, até maio de 2004, o Pentágono pretende reduzir em 30 mil o contingente no Iraque. Os EUA têm hoje cerca de 130 mil soldados no país que e contam com mais 20 mil de outros países.
Em setembro, Pace já havia anunciado a intenção de convocar soldados adicionais, mas os EUA, que perderam 138 militares em ataques no pós-guerra, ainda esperavam maior apoio externo para reduzir seu contingente.
O único país a oferecer ajuda expressiva, a Turquia, viu sua proposta de enviar até 10 mil soldados esbarrar nas divergências com os curdos, que são maioria no norte do Iraque.
A fim de amenizar as tensões, Jalal Talabani, que dirige a União Patriótica do Curdistão e assumiu nesta semana a presidência rotativa do Conselho de Governo Iraquiano, anunciou que visitará a Turquia no próximo dia 19.
A onda de violência no país teve continuidade ontem com a morte de três civis iraquianos em uma série de ataques com granadas-foguetes e bombas de detonação remota em Mossul (norte). Outros sete iraquianos e cinco soldados americanos foram feridos.
Em Fallujah (oeste), militares dos EUA prenderam dois generais do extinto Exército iraquiano suspeitos de financiar e organizar ataques contra a coalizão, mas não divulgou seus nomes.