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São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2003

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EUA

Ridgway relata crimes em tribunal e se torna o maior assassino em série confesso da história americana; vítimas eram prostitutas

"Serial killer" admite ter matado 48 mulheres

Elaine Thompson/Associated Press
O 'serial killer' Gary Ridgway assiste, em corte de Seattle, à leitura de sua confissão de 48 mortes


DA REDAÇÃO

Gary Ridgway, 54, conhecido como "o matador do rio Green ", se tornou ontem o maior "serial killer" confesso da história dos EUA ao admitir, em tribunal de Seattle (Estado de Washington), que matou 48 mulheres.
"Matei tantas mulheres que tenho dificuldade em lembrar a ordem [em que as assassinou]. Queria matar o máximo possível de mulheres que eu pensava que eram prostitutas", disse Ridgway em confissão lida em voz alta pelos promotores no tribunal. Parentes das vítimas choraram em silêncio durante a leitura.
Ridgway fez um acordo, em 13 de junho, em que concordou em confessar os crimes e em ajudar na localização dos corpos em troca de não ser condenado à morte.
Dessa forma, ele admitiu ter matado mais pessoas do que qualquer outro "serial killer" na história dos EUA -há outros que podem ter matado mais, porém não confessaram os crimes.
A série de assassinatos de Ridgway começou em 1982. Os alvos eram mulheres da região de Seattle. Na maioria dos casos, tratava-se de prostitutas ou de moradoras de rua. As primeiras vítimas foram encontradas perto do rio Green -por isso o apelido. Outros corpos foram achados posteriormente em barrancos, aeroportos e estradas.
Os assassinatos pararam repentinamente dois anos depois dos primeiros crimes. Porém Ridgway admitiu ter cometido mais um assassinato em 1990 e outro em 1998. No tribunal, Ridgway descreveu em detalhes todas mortes que provocou.

Razões
Na confissão lida pelos promotores, Ridgway disse que pegava muitas de suas vítimas perto de sua casa. "Em muitos casos, quando matei essas mulheres, eu não sabia o nome delas. Na maior parte das vezes, eu as matava na primeira vez que as encontrava e não tenho uma boa lembrança sobre como eram os seus rostos", disse o "serial killer" na confissão.
Ele afirmou ter uma série de razões para escolher as prostitutas como vítimas de sua ira. "Odeio a maioria das prostitutas e não queria pagá-las para fazer sexo. E também escolhi as prostitutas para serem vítimas porque elas eram mais fáceis de serem pegas sem eu ser notado. Sabia que elas não seriam consideradas desaparecidas imediatamente. Ou nunca dariam pela falta delas. Pegava prostitutas porque pensava que poderia matar quantas eu quisesse sem ser descoberto", afirmou o "serial killer".
Ridgway, que vivia em Auburn, um subúrbio de Seattle, foi preso em 2001 ao deixar o seu trabalho. Ele estava empregado havia muitos anos como pintor em uma firma de caminhões.
Os promotores disseram que os avanços na tecnologia de DNA permitiram que a saliva de Ridgway fosse comparada com a que foi encontrada nos corpos de algumas das vítimas.
Em muitos casos, o assassino fez sexo com as vítimas e depois as estrangulou. Ridgway era suspeito desde o início de 1984, quando o namorado de uma das vítimas a viu subir em uma caminhonete posteriormente identificada como a de Ridgway. O "serial killer" disse, na época, desconhecer a vítima. Submetido a um detector de mentiras, ele não foi pego.

Com agências internacionais


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