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EDUCAÇÃO
Rigor para visto é uma das explicações, diz pesquisa
Cai número de alunos brasileiros e árabes nas universidades dos EUA
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
Depois de cinco anos de forte
crescimento, o número de estudantes estrangeiros que entraram
em universidades americanas
perdeu o fôlego e cresceu menos
de 1% no ano acadêmico 2002-2003, na comparação com o período anterior.
O recrudescimento dos critérios
para a concessão de visto de entrada para estudantes, que se seguiu ao 11 de Setembro, é apontado como uma das principais causas dessa freada. A afirmação parte de estudo divulgado pelo IIE
(sigla em inglês para Instituto de
Educação Internacional), organização apoiada pelo Departamento de Estado dos EUA.
"Os problemas na economia
mundial também influíram. A
maioria dos estudantes que vêm
para os EUA usa recursos financeiros próprios", afirmou Hey-Kyung Koh, editora do relatório.
Os países do Oriente Médio foram os que apresentaram a maior
queda em comparação com o ano
acadêmico anterior. No total, a taxa de declínio desses países atingiu 10%. A Arábia Saudita e o
Kuait tiveram um decréscimo de
25%. Entre os brasileiros, a queda
foi de 7%. O Brasil é o 12º país
com o maior número de estudantes nos Estados Unidos.
Pelas regras de combate ao terrorismo doméstico, a checagem
de informações pessoais e acadêmicas dos candidatos às universidades nos EUA tornou-se mais rigorosa. Mais: o Departamento de
Estado está autorizado a proibir a
entrada de estudantes oriundos
de países acusados de apoiar o
terrorismo.
Mesmo para aqueles que já estão no país, o monitoramento
constante é parte do cotidiano.
Uma das medidas exige que alterações na grade curricular sejam
informadas aos responsáveis pela
segurança interna.
"Por causa dessas exigências,
muitos estudantes árabes estão
desistindo da inscrição em universidades americanas", diz Mohamed Niner, diretor do Cair
(Conselho de Relações Islâmicas e
Americanas).
Na contramão dessa tendência,
a Índia registrou um crescimento
de 12% no número de estudantes
nos EUA. Para Koh, o florescimento da classe média indiana está por trás desse fato.
O relatório do IIE também diz
que alguns estudantes têm preferido universidades em outros países, em detrimento dos EUA.
Neste ano acadêmico, no Reino
Unido, há uma demanda crescente por matrículas. Entre os chineses, por exemplo, houve uma alta
de 36,2% no número de pedidos
de inscrição em universidades
britânicas em 2003, segundo o
Ucas (sigla em inglês para Serviço
de Admissão de Faculdades e
Universidades do Reino Unido).
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