São Paulo, sexta-feira, 06 de novembro de 2009

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ONU vai retirar equipes do Afeganistão

Decisão é anunciada 8 dias após ataque em Cabul ter deixado cinco membros da organização mortos

DA REDAÇÃO

A ONU anunciou ontem que mais da metade de seus funcionários estrangeiros baseados no Afeganistão será realocada por conta da deterioração da segurança. O anúncio foi feito uma semana depois do mais mortal ataque feito por extremistas do Taleban contra sua missão na capital do país.
Cerca de 600 funcionários serão levados para outros locais no Afeganistão ou para outros países por um período de três a quatro semanas, enquanto a organização tenta encontrar locais de moradia permanentes e mais seguros para suas equipes.
No ataque de 28 de outubro, três homens invadiram uma hospedaria onde viviam funcionários das Nações Unidas, matando cinco deles. O Taleban assumiu a responsabilidade, dizendo que o alvo eram os organizadores da recente eleição presidencial, na qual a ONU teve um importante papel.
O presidente Hamid Karzai saiu vitorioso do pleito depois que seu concorrente, Abdullah Abdullah, desistiu de participar do segundo turno -a primeira votação, em agosto, fora marcada por diversas irregularidades.
Apesar da retirada dos funcionários, o chefe da missão da ONU no Afeganistão, Kai Eide, disse, em entrevista em Cabul, que a organização continua comprometida com o país -onde opera há mais de 50 anos. Ao mesmo tempo, ele deixou clara a preocupação com a deterioração da segurança e com o fracasso do governo Karzai em combater a corrupção que, segundo Eide, ajuda a dar combustível à insurgência.
"Há uma crença entre alguns de que o comprometimento internacional com o Afeganistão continuará, não importa o que aconteça, por causa da importância estratégica do Afeganistão", afirmou. "Gostaria de enfatizar que isso não está correto. É a opinião pública em países doadores e em países que enviam soldados [para a guerra afegã] que decide a força desse comprometimento."
A decisão da ONU ocorre num momento em que o presidente dos EUA, Barack Obama, reavalia sua estratégia para o conflito e analisa se enviará tropas extras ao país asiático.
As Nações Unidas têm 5.500 funcionários no Afeganistão; 1.100 são estrangeiros que vivem em pensões em Cabul.

Com agências internacionais



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