DA REDAÇÃO

No que chamou de "ousada concessão" aos EUA, a Coréia do Norte se dispôs ontem a congelar seu programa nuclear, medida classificada por Washington como um "passo positivo" para a retomada das negociações sobre o fim do desenvolvimento de armas nucleares por Pyongyang.
O regime comunista anunciou a oferta no dia em que uma delegação não-governamental americana viajou rumo à Coréia do Sul com o intuito de visitar o complexo nuclear Yongbyon, o mais importante do país.
Os EUA esperam convencer a Coréia do Norte a encerrar completamente seu programa de armas nucleares. Também participam das negociações China, Coréia do Sul, Japão e Rússia.
"A República Democrática Popular da Coréia está preparada para interromper o teste e a produção de armas nucleares e até mesmo deixar de gerar energia nuclear para propósitos pacíficos como medidas iniciais de uma solução duradoura", disse a agência de notícias oficial de Pyongyang.
A Coréia do Norte não tem nenhuma usina nuclear totalmente operacional, mas mantém um pequeno reator em Yongbyon.
O secretário de Estado americano, Colin Powell, elogiou a nota. "Foi uma declaração interessante. Foi uma declaração positiva. Eles de fato disseram que não farão testes e deram a entender que abandonarão todos os aspectos do seu programa nuclear, não apenas o programa de armas", disse Powell a repórteres.
Ontem, uma delegação não-oficial de americanos viajou à Coréia do Norte para uma visita de cinco dias. A visita ao complexo de Yongbyon, no entanto, ainda não foi confirmada pelo regime comunista.
Entre os membros da delegação está Charles Pritchard, um ex-enviado do Departamento de Estado à Coréia do Norte.