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EUA apoiam plano de paz que inclui o envio de monitores à fronteira Gaza-Egito
DA REDAÇÃO
Os Estados Unidos anunciaram ontem apoio a uma proposta de trégua elaborada pelo
Egito com ajuda da França, o
que desperta pela primeira vez
possibilidades reais de uma solução diplomática ao conflito.
"Precisamos de um cessar-fogo urgente que possa trazer
uma real situação de segurança.
Nesse sentido, estamos satisfeitos e apoiamos a proposta do
presidente do Egito e [o estimulo] a levar adiante a iniciativa", disse a secretária de Estado
americana, Condoleezza Rice.
Principal aliado e maior fornecedor de armas a Israel, os
EUA avalizaram a proposta
porque ela atende à principal
exigência israelense: o envio de
uma força internacional à fronteira entre Gaza e o Egito para
impedir que o Hamas continue
usando o local para se abastecer em armas -entre as quais
alguns dos foguetes disparados
contra Israel.
Formada por um contingente armado, a força estrangeira
teria a missão de destruir as dezenas de túneis subterrâneos
usados pelo Hamas para infiltrar material bélico em Gaza e
de monitorar a área para impedir que o grupo islâmico faça
novas escavações.
Os túneis também são usados para aliviar o rigoroso bloqueio econômico israelense
imposto a Gaza, onde vivem 1,5
milhão de palestinos, desde que
o Hamas, vencedor das eleições
legislativas de 2006, tomou o
controle da área, há um ano e
meio. Suprimentos, remédios e
até animais vivos chegam à região através das escavações.
Em entrevista ao "Haaretz",
o premiê israelense, Ehud Olmert, enfatizou que "o objetivo
principal [de qualquer acordo]
deve ser o fim do abastecimento em armas [do Hamas], para
evitar que criminosos tenham
poder de fogo".
Apresentado no balneário de
Sharm el Sheikh pelo egípcio
Hosni Mubarak e pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy,
o plano inclui ainda o fim do
bloqueio a Gaza. Mubarak convidou Olmert a discutir a proposta em território egípcio.
O ditador também anunciou
uma reunião para reaproximar
o Hamas e seu rival laico Fatah,
que controla a Cisjordânia. O
presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, do Fatah, apoiou a proposta, que também já foi apresentada ao Hamas.
Porta-voz do grupo disse ao
"Financial Times" ver com
bons olhos a ideia de uma missão internacional na fronteira,
mas o grupo islâmico ressaltou
que a missão deve ser formada
por observadores desarmados.
Israel não se pronunciou ontem, mas especula-se que Washington tenha consultado o
país antes de apoiar a iniciativa
que, se aprovada pelo governo
israelense, poderá ser encaminhada ao Conselho de Segurança da ONU.
O Cairo já havia mediado a
última trégua entre o Hamas e
Israel, que durou seis meses e
expirou no dia 19 de dezembro.
Com agências internacionais
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