São Paulo, quarta-feira, 07 de janeiro de 2009

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EUA apoiam plano de paz que inclui o envio de monitores à fronteira Gaza-Egito

DA REDAÇÃO

Os Estados Unidos anunciaram ontem apoio a uma proposta de trégua elaborada pelo Egito com ajuda da França, o que desperta pela primeira vez possibilidades reais de uma solução diplomática ao conflito.
"Precisamos de um cessar-fogo urgente que possa trazer uma real situação de segurança. Nesse sentido, estamos satisfeitos e apoiamos a proposta do presidente do Egito e [o estimulo] a levar adiante a iniciativa", disse a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.
Principal aliado e maior fornecedor de armas a Israel, os EUA avalizaram a proposta porque ela atende à principal exigência israelense: o envio de uma força internacional à fronteira entre Gaza e o Egito para impedir que o Hamas continue usando o local para se abastecer em armas -entre as quais alguns dos foguetes disparados contra Israel.
Formada por um contingente armado, a força estrangeira teria a missão de destruir as dezenas de túneis subterrâneos usados pelo Hamas para infiltrar material bélico em Gaza e de monitorar a área para impedir que o grupo islâmico faça novas escavações.
Os túneis também são usados para aliviar o rigoroso bloqueio econômico israelense imposto a Gaza, onde vivem 1,5 milhão de palestinos, desde que o Hamas, vencedor das eleições legislativas de 2006, tomou o controle da área, há um ano e meio. Suprimentos, remédios e até animais vivos chegam à região através das escavações.
Em entrevista ao "Haaretz", o premiê israelense, Ehud Olmert, enfatizou que "o objetivo principal [de qualquer acordo] deve ser o fim do abastecimento em armas [do Hamas], para evitar que criminosos tenham poder de fogo".
Apresentado no balneário de Sharm el Sheikh pelo egípcio Hosni Mubarak e pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, o plano inclui ainda o fim do bloqueio a Gaza. Mubarak convidou Olmert a discutir a proposta em território egípcio.
O ditador também anunciou uma reunião para reaproximar o Hamas e seu rival laico Fatah, que controla a Cisjordânia. O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, do Fatah, apoiou a proposta, que também já foi apresentada ao Hamas.
Porta-voz do grupo disse ao "Financial Times" ver com bons olhos a ideia de uma missão internacional na fronteira, mas o grupo islâmico ressaltou que a missão deve ser formada por observadores desarmados.
Israel não se pronunciou ontem, mas especula-se que Washington tenha consultado o país antes de apoiar a iniciativa que, se aprovada pelo governo israelense, poderá ser encaminhada ao Conselho de Segurança da ONU.
O Cairo já havia mediado a última trégua entre o Hamas e Israel, que durou seis meses e expirou no dia 19 de dezembro.


Com agências internacionais


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