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França eleva "países de risco" de 7 para 30
Governo não divulga, porém, as novas nacionalidades sujeitas a medidas mais rigorosas de segurança em voos para o país
Anúncio ocorre apenas dois dias após adoção de regras semelhantes nos EUA; "não se trata de estigmatizar os países", diz governo francês
DA REDAÇÃO
O governo francês pretende
aumentar de 7 para 30 o número de países cujos passageiros
passarão a ser submetidos a
medidas mais rigorosas de segurança antes de embarcar em
voos com destino à França.
O anúncio sucede em apenas
dois dias a entrada em vigor de
novas medidas de segurança
nos EUA a uma lista de 14 nacionalidades e ocorre na esteira
do aperto nas regras para embarque ao país nos principais
aeroportos do mundo, depois
da tentativa frustrada de ataque terrorista contra um avião
que ia de Amsterdã a Detroit,
no último dia 25 de dezembro.
Em declarações ao jornal
francês "Le Figaro", o ministro
do Interior da França, Brice
Hortefeux, não quis especificar
os países que serão incluídos na
lista -que hoje é integrada por
Iêmen, Síria, Afeganistão, Paquistão, Irã, Argélia e Mali.
Segundo o jornal, porém, entre eles deverá estar a Nigéria,
país de origem do autor da tentativa de atentado, Umar Abdulmutallab. A inclusão do país
africano na lista de risco pelos
EUA foi duramente criticada
por Abuja, que acusou Washington de incriminar de antemão 150 milhões de pessoas.
"Não se trata de estigmatizar
as nações em questão, mas temos que levar em conta os pontos de trânsito das redes islâmicas radicais", disse Hortefeux,
um dos principais auxiliares do
presidente Nicolas Sarkozy.
Companhias aéreas com
voos procedentes dos novos integrantes das listas de risco e
destino à França deverão conceder informações sobre os
passageiros. Aqueles com destino aos EUA serão submetidos
às novas medidas independentemente do país de origem.
O Ministério do Interior
quer ainda, no futuro, que os
dados dos passageiros sejam
repassados à França já na marcação de reserva, e não no embarque, como atualmente.
"Não significa que os governos [listados] apoiem o terrorismo, mas por vezes eles não
têm os meios para combater o
terrorismo, como por exemplo
o de Mali", disse o ministro do
Interior. "A ameaça existe no
nosso território também."
Paris anunciou também que
estuda a implementação do
scanner corporal nos aeroportos, medida que provoca polêmica e atrai críticas por invasão
de privacidade e que a França
cogitara implantar em 2008.
Furto coletivo
Também ontem, a polícia
francesa anunciou a abertura
de uma investigação devido a
um suposto furto coletivo em
um voo de Tóquio a Paris.
Segundo o "Le Figaro", cinco
passageiros deram queixa da
ocorrência na chegada à França, alegando a perda de uma
quantia total de quase US$
6.000 enquanto dormiam.
"Nesse voo, que sai do aeroporto de Narita às 22h, os passageiros com frequência adormecem logo após a decolagem e
só acordam momentos antes da
chegada a Paris", disse uma das
vítimas, sem ser identificada.
Para a porta-voz da Air France, companhia que realizou o
voo, é "extremamente raro que
vários dos passageiros reportem furtos no mesmo voo". A
empresa disse não se responsabilizar por bagagens de mão.
Em outro incidente envolvendo passageiros, autoridades
da Eslováquia, a título de teste
de segurança, ocultaram explosivos nas bagagens de oito passageiros no fim de semana. Sete
foram encontrados, mas o oitavo viajou para Dublin, onde desembarcou normalmente.
Após o caso ter vindo a público, o Ministério do Interior eslovaco se desculpou por não ter
alertado o governo irlandês.
Com agências internacionais
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