São Paulo, quinta-feira, 07 de janeiro de 2010

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França eleva "países de risco" de 7 para 30

Governo não divulga, porém, as novas nacionalidades sujeitas a medidas mais rigorosas de segurança em voos para o país

Anúncio ocorre apenas dois dias após adoção de regras semelhantes nos EUA; "não se trata de estigmatizar os países", diz governo francês


DA REDAÇÃO

O governo francês pretende aumentar de 7 para 30 o número de países cujos passageiros passarão a ser submetidos a medidas mais rigorosas de segurança antes de embarcar em voos com destino à França.
O anúncio sucede em apenas dois dias a entrada em vigor de novas medidas de segurança nos EUA a uma lista de 14 nacionalidades e ocorre na esteira do aperto nas regras para embarque ao país nos principais aeroportos do mundo, depois da tentativa frustrada de ataque terrorista contra um avião que ia de Amsterdã a Detroit, no último dia 25 de dezembro.
Em declarações ao jornal francês "Le Figaro", o ministro do Interior da França, Brice Hortefeux, não quis especificar os países que serão incluídos na lista -que hoje é integrada por Iêmen, Síria, Afeganistão, Paquistão, Irã, Argélia e Mali.
Segundo o jornal, porém, entre eles deverá estar a Nigéria, país de origem do autor da tentativa de atentado, Umar Abdulmutallab. A inclusão do país africano na lista de risco pelos EUA foi duramente criticada por Abuja, que acusou Washington de incriminar de antemão 150 milhões de pessoas.
"Não se trata de estigmatizar as nações em questão, mas temos que levar em conta os pontos de trânsito das redes islâmicas radicais", disse Hortefeux, um dos principais auxiliares do presidente Nicolas Sarkozy.
Companhias aéreas com voos procedentes dos novos integrantes das listas de risco e destino à França deverão conceder informações sobre os passageiros. Aqueles com destino aos EUA serão submetidos às novas medidas independentemente do país de origem.
O Ministério do Interior quer ainda, no futuro, que os dados dos passageiros sejam repassados à França já na marcação de reserva, e não no embarque, como atualmente.
"Não significa que os governos [listados] apoiem o terrorismo, mas por vezes eles não têm os meios para combater o terrorismo, como por exemplo o de Mali", disse o ministro do Interior. "A ameaça existe no nosso território também."
Paris anunciou também que estuda a implementação do scanner corporal nos aeroportos, medida que provoca polêmica e atrai críticas por invasão de privacidade e que a França cogitara implantar em 2008.

Furto coletivo
Também ontem, a polícia francesa anunciou a abertura de uma investigação devido a um suposto furto coletivo em um voo de Tóquio a Paris.
Segundo o "Le Figaro", cinco passageiros deram queixa da ocorrência na chegada à França, alegando a perda de uma quantia total de quase US$ 6.000 enquanto dormiam.
"Nesse voo, que sai do aeroporto de Narita às 22h, os passageiros com frequência adormecem logo após a decolagem e só acordam momentos antes da chegada a Paris", disse uma das vítimas, sem ser identificada.
Para a porta-voz da Air France, companhia que realizou o voo, é "extremamente raro que vários dos passageiros reportem furtos no mesmo voo". A empresa disse não se responsabilizar por bagagens de mão.
Em outro incidente envolvendo passageiros, autoridades da Eslováquia, a título de teste de segurança, ocultaram explosivos nas bagagens de oito passageiros no fim de semana. Sete foram encontrados, mas o oitavo viajou para Dublin, onde desembarcou normalmente.
Após o caso ter vindo a público, o Ministério do Interior eslovaco se desculpou por não ter alertado o governo irlandês.

Com agências internacionais



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