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Clarín perde desconto para comprar papel
DE BUENOS AIRES
O governo argentino interveio ontem na política
de preços da fábrica de papel-jornal Papel Prensa,
que tem como sócio majoritário o Grupo Clarín.
O grupo não poderá
mais usufruir do desconto
a que tinha direito como
proprietário da Papel
Prensa (possui 49% das
ações), na compra da matéria-prima para a publicação de seus diários.
O preço pago "pelo
maior comprador da empresa" deverá ser válido
"para todos os demais",
disse o ministro da Economia, Amado Boudou.
O Estado possui 27,5%
das ações da Papel Prensa,
expropriada na ditadura
militar (1976-83) -a empresa havia sido fundada
por um banqueiro acusado
de operar financeiramente para o grupo guerrilheiro Montoneros.
O restante do capital da
empresa pertence ao grupo La Nación, que contava
com a mesma facilidade
dada ao Clarín no fornecimento de papel-jornal.
Boudou classificou a iniciativa do governo como
"antimonopólica" e afirmou que ela "contribui para a liberdade de imprensa
e de expressão, sobretudo
de órgãos do interior do
país, que não encontrarão
mais uma barreira de acesso [ao insumo] adicional,
gerada artificialmente pelo peso que possui um dos
jogadores nesse mercado
[o Grupo Clarín]".
A intervenção do governo Cristina Kirchner na
administração da Papel
Prensa é vista pelo Clarín
como parte de uma escalada oficial para lesá-lo.
(SA)
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