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Traficante de armas preso faria negócio para Farc
Russo Viktor Bout caiu em cilada, diz agência dos EUA
DA REDAÇÃO
O russo Viktor Bout, um dos
maiores traficantes de armas
do mundo, foi preso ontem em
um hotel na Tailândia. Conhecido como "Merchant da morte", ele teria caído em uma armadilha de agentes americanos
que se fizeram passar por enviados da guerrilha colombiana
das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), segundo a DEA, a agência antidrogas dos Estados Unidos.
Reportagem de ontem do
"New York Times" destaca que
a prisão ocorreu alguns dias
após o Exército colombiano ter
apreendido o laptop do número
2 das Farc, Raúl Reyes, morto
em ataque a um acampamento
do grupo no Equador. Mas disse que ainda não estava claro se
os fatos estavam relacionados.
Bout, 41, que serviu de inspiração para o protagonista do
filme "Senhor das Armas", interpretado pelo ator Nicolas
Cage, foi preso sob mandato solicitado pelos EUA. Ele estava
em um hotel em Bancoc, informou o policial tailandês Pongpat Chayapan, chefe do departamento de combate ao crime
local. Bout era procurado por
acusação de "fornecer armas e
explosivos para rebeldes colombianos" das Farc.
Também foram detidas para
interrogatório seis outras pessoas, incluindo outro russo, que
estavam com Bout. A polícia
tailandesa recebeu informações do DEA de que o traficante
e outro homem tinham viajado
à Tailândia em fevereiro para
vender armas a um grupo armado latino-americano.
A Promotoria de Nova York
anunciou ontem que pedirá a
extradição de Bout para os
EUA, onde ele enfrentaria pena
de 15 anos por vender armas às
Farc. Enquanto isso, Bout é interrogado na Tailândia por
agentes americanos.
Segundo o livro "Merchant
da Morte" publicado pelos jornalistas Douglas Farah e Stephen Braun sobre o russo no
ano passado, aviões da frota de
Bout fizeram várias entregas de
armas às Farc entre dezembro
de 1998 e abril de 1999.
O traficante, que nasceu no
Tadjiquistão e era oficial da
Força Aérea soviética, é investigado pela polícia de vários
países, mas nunca foi processado por tráfico de armas. Segundo o Departamento do Tesouro
dos EUA, "Bout podia transportar toneladas de tanques,
helicópteros e armas para qualquer lugar do mundo. As armas
que ele negociou ajudaram a
alimentar regimes que receberam sanções da ONU no Afeganistão, Angola, Congo, Libéria,
Ruanda, Serra Leoa e Sudão".
Ele construiu seu império
comprando armas de ex-repúblicas soviéticas nos anos 1990.
Em outubro de 2006, os EUA
congelaram os bens de Bout e
proibiram que americanos fizessem negócios com ele.
Com agências internacionais.
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