São Paulo, sexta-feira, 07 de março de 2008

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Traficante de armas preso faria negócio para Farc

Russo Viktor Bout caiu em cilada, diz agência dos EUA

DA REDAÇÃO

O russo Viktor Bout, um dos maiores traficantes de armas do mundo, foi preso ontem em um hotel na Tailândia. Conhecido como "Merchant da morte", ele teria caído em uma armadilha de agentes americanos que se fizeram passar por enviados da guerrilha colombiana das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), segundo a DEA, a agência antidrogas dos Estados Unidos.
Reportagem de ontem do "New York Times" destaca que a prisão ocorreu alguns dias após o Exército colombiano ter apreendido o laptop do número 2 das Farc, Raúl Reyes, morto em ataque a um acampamento do grupo no Equador. Mas disse que ainda não estava claro se os fatos estavam relacionados.
Bout, 41, que serviu de inspiração para o protagonista do filme "Senhor das Armas", interpretado pelo ator Nicolas Cage, foi preso sob mandato solicitado pelos EUA. Ele estava em um hotel em Bancoc, informou o policial tailandês Pongpat Chayapan, chefe do departamento de combate ao crime local. Bout era procurado por acusação de "fornecer armas e explosivos para rebeldes colombianos" das Farc.
Também foram detidas para interrogatório seis outras pessoas, incluindo outro russo, que estavam com Bout. A polícia tailandesa recebeu informações do DEA de que o traficante e outro homem tinham viajado à Tailândia em fevereiro para vender armas a um grupo armado latino-americano.
A Promotoria de Nova York anunciou ontem que pedirá a extradição de Bout para os EUA, onde ele enfrentaria pena de 15 anos por vender armas às Farc. Enquanto isso, Bout é interrogado na Tailândia por agentes americanos.
Segundo o livro "Merchant da Morte" publicado pelos jornalistas Douglas Farah e Stephen Braun sobre o russo no ano passado, aviões da frota de Bout fizeram várias entregas de armas às Farc entre dezembro de 1998 e abril de 1999.
O traficante, que nasceu no Tadjiquistão e era oficial da Força Aérea soviética, é investigado pela polícia de vários países, mas nunca foi processado por tráfico de armas. Segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, "Bout podia transportar toneladas de tanques, helicópteros e armas para qualquer lugar do mundo. As armas que ele negociou ajudaram a alimentar regimes que receberam sanções da ONU no Afeganistão, Angola, Congo, Libéria, Ruanda, Serra Leoa e Sudão".
Ele construiu seu império comprando armas de ex-repúblicas soviéticas nos anos 1990.
Em outubro de 2006, os EUA congelaram os bens de Bout e proibiram que americanos fizessem negócios com ele.


Com agências internacionais.


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