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General dos EUA quer aproximação militar com a AL
DA REDAÇÃO
Em viagem nesta semana de
encontros militares pela América Latina, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos
EUA, Michael Mullen, fez gestos de reafirmação das parcerias com aliados como Chile,
Colômbia e Peru e declarou que
seu país precisa superar a
"mentalidade da Guerra Fria"
para incrementar a cooperação
militar com a região.
Mullen já se encontrou com
representantes de Brasil, Peru,
Chile e Colômbia, e deve viajar
em seguida para o México.
Anteontem, na Colômbia, o
militar acompanhou o ministro
da Defesa colombiano, Juan
Manuel Santos, no anúncio de
que os dois países pretendem
criar centros de treinamento
para a preparação de policiais e
militares dos países da região
no combate ao narcotráfico.
Segundo Santos, a ideia é
"criar esses centros regionais
de treinamento na Colômbia
que possam ajudar nossos vizinhos e contar com a colaboração dos Estados Unidos".
Ainda em Bogotá, Mullen recebeu a oferta dos colombianos
de ampliar as instalações militares dos EUA em algumas bases aéreas locais para que possam receber maior número de
militares norte-americanos.
Os postos na Colômbia poderiam substituir a base militar
americana em Manta, no Equador. O país sul-americano não
permitirá o prosseguimento
das operações dos EUA a partir
de novembro deste ano.
O ministro colombiano afirmou que ainda não está definido como se daria essa ampliação da cooperação militar entre
os Estados Unidos e seu país.
"Tudo isso ainda está sendo negociado", disse Santos.
Continuidade
Se efetivadas, as medidas darão continuidade, sob o novo
governo de Barack Obama, à estreita parceria entre EUA e Colômbia do período de George
W. Bush na Presidência.
É esse o interesse do governo
colombiano, que busca encontrar meios para a manutenção
dos acordos militares feitos
com os Estados Unidos e das
ajudas econômica e operacional que passou a receber daquele país desde os anos 90.
Segundo o cientista político
Jorge Zaverucha, coordenador
do Núcleo de Estudos de Instituições Coercitivas da UFPE
(Universidade Federal de Pernambuco), o giro latino de Mullen pode ser interpretado como um gesto de continuidade
da política norte-americana
para a região.
Preocupados com o crescente antiamericanismo de países
como Venezuela, Bolívia e
Equador, diz Zaverucha, os
EUA buscam, desde o governo
Bush, estreitar relações com
parceiros na América do Sul como Colômbia, Peru e Chile e,
além disso, reforçar as relações
com o Brasil, visto como líder
regional e capaz de dialogar
com os governos mais esquerdistas da região.
Com agências internacionais
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