São Paulo, sábado, 07 de março de 2009

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General dos EUA quer aproximação militar com a AL

DA REDAÇÃO

Em viagem nesta semana de encontros militares pela América Latina, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, Michael Mullen, fez gestos de reafirmação das parcerias com aliados como Chile, Colômbia e Peru e declarou que seu país precisa superar a "mentalidade da Guerra Fria" para incrementar a cooperação militar com a região.
Mullen já se encontrou com representantes de Brasil, Peru, Chile e Colômbia, e deve viajar em seguida para o México.
Anteontem, na Colômbia, o militar acompanhou o ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, no anúncio de que os dois países pretendem criar centros de treinamento para a preparação de policiais e militares dos países da região no combate ao narcotráfico.
Segundo Santos, a ideia é "criar esses centros regionais de treinamento na Colômbia que possam ajudar nossos vizinhos e contar com a colaboração dos Estados Unidos".
Ainda em Bogotá, Mullen recebeu a oferta dos colombianos de ampliar as instalações militares dos EUA em algumas bases aéreas locais para que possam receber maior número de militares norte-americanos.
Os postos na Colômbia poderiam substituir a base militar americana em Manta, no Equador. O país sul-americano não permitirá o prosseguimento das operações dos EUA a partir de novembro deste ano.
O ministro colombiano afirmou que ainda não está definido como se daria essa ampliação da cooperação militar entre os Estados Unidos e seu país. "Tudo isso ainda está sendo negociado", disse Santos.

Continuidade
Se efetivadas, as medidas darão continuidade, sob o novo governo de Barack Obama, à estreita parceria entre EUA e Colômbia do período de George W. Bush na Presidência.
É esse o interesse do governo colombiano, que busca encontrar meios para a manutenção dos acordos militares feitos com os Estados Unidos e das ajudas econômica e operacional que passou a receber daquele país desde os anos 90.
Segundo o cientista político Jorge Zaverucha, coordenador do Núcleo de Estudos de Instituições Coercitivas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), o giro latino de Mullen pode ser interpretado como um gesto de continuidade da política norte-americana para a região.
Preocupados com o crescente antiamericanismo de países como Venezuela, Bolívia e Equador, diz Zaverucha, os EUA buscam, desde o governo Bush, estreitar relações com parceiros na América do Sul como Colômbia, Peru e Chile e, além disso, reforçar as relações com o Brasil, visto como líder regional e capaz de dialogar com os governos mais esquerdistas da região.


Com agências internacionais


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