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ELEIÇÕES NA ARGENTINA
Pesquisas registram empate entre três peronistas e uma oposicionista e indicam segundo turno
Argentinos escolhem entre 19 candidatos
MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES
Os argentinos nunca tiveram
tantas opções para votar em um
presidente: daqui a três semanas,
19 candidatos disputarão as eleições presidenciais. De acordo
com as últimas pesquisas, apenas
quatro têm chance de chegar ao
segundo turno.
Será a eleição mais atípica da
história do país: o partido governista (PJ, Partido Justicialista)
concorrerá com três candidatos; o
segundo maior partido do país
(UCR, União Cívica Radical) não
consegue atingir 3% dos votos; e
os eleitores se comovem mais
com a guerra no Iraque do que
com o discurso dos candidatos.
Nenhum dos candidatos consegue muito mais do que 20% das
intenções de voto. Segundo a
maioria das pesquisas, o ex-presidente Carlos Menem (1989-1999),
Néstor Kirchner, Adolfo Rodríguez Saá -os três candidatos do
PJ, que congrega os chamados peronistas - e Elisa Carrió (ARI,
Argentina para uma República de
Iguais) estão empatados tecnicamente. Ou seja, existem pelo menos seis possibilidades diferentes
de embate no segundo turno.
Esta será também a primeira
eleição que deve ser decidida no
segundo turno, que ocorrerá em
18 de maio -o novo governo assume em 25 de maio.
Outro fato inédito: pela primeira vez desde a década de 50, não
haverá cédulas com estampas das
faces do presidente Juan Domingo Perón e sua mulher, Eva Perón,
considerados os fundadores do
Partido Judicialista.
Na Argentina, cada candidato
tem uma cédula. Os eleitores escolhem a cédula de seu candidato,
a colocam num envelope e o depositam na urna.
Os peronistas não realizaram
eleições internas para escolher
seu candidato. Menem decidiu
pedir na Justiça o direito de usar
os símbolos do partido. A Justiça
eleitoral decidiu que nenhum dos
três peronistas poderia usá-los no
primeiro turno.
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