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ORIENTE MÉDIO
Arábia Saudita financiou terror, diz dossiê que premiê mostrará a Bush hoje; acordo em Belém está próximo
Sharon quer Arafat fora de negociações e acusa sauditas
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro de Israel,
Ariel Sharon, irá pressionar o presidente dos EUA, George W.
Bush, em encontro hoje em Washington, a descartar o líder palestino Iasser Arafat das negociações
de paz no Oriente Médio e apresentará a Arábia Saudita como financiadora do terror palestino.
Sua iniciativa acontece em meio
às negociações para o encerramento do cerco à igreja da Natividade, em Belém, que está bem
próximo, mas palestinos e israelenses ainda divergem sobre determinados pontos.
Sharon afirma em dossiê que levou a Washington que Arafat está
vinculado pessoalmente com atividades terroristas e que os sauditas concederam US$ 135 milhões
aos palestinos para "fins de natureza não apenas religiosa ou humanitária", de acordo com a inteligência israelense. Os documentos foram confiscados na ofensiva
nos territórios palestinos no mês
passado, disse Israel.
A Arábia Saudita nega ter financiado atividades terroristas palestinas.
Abdullah, príncipe herdeiro do
trono saudita e governante de fato
do país, é tido pelos EUA como
um dos principais parceiros para
a paz, além de ser um aliado estratégico de Bush na região.
Recentemente, ele apresentou
um plano de paz que prevê o reconhecimento de Israel pelos árabes
em troca da desocupação dos territórios árabes.
O presidente dos EUA não fez
comentários sobre a acusação
contra os sauditas, porém disse
ontem que Arafat o "decepcionou", mas que "terá a chance de
mostrar que acredita na paz".
Mas o presidente reafirmou que
Arafat deve ser o representante
palestino nas negociações.
Belém
Segundo o acordo para o fim do
cerco à igreja da Natividade, em
Belém, parte dos militantes palestinos procurados por Israel seriam exilados na Itália e o restante
seria transferido para a faixa de
Gaza. As demais pessoas refugiadas no local seriam soltas.
Porém os israelenses querem
que ao menos 12 militantes sejam
exilados, enquanto os palestinos
não aceitam mais do que oito.
Arafat, estaria disposto a permitir
o exílio de apenas seis. Os outros
cerca de 30 militantes seriam
transferidos para a faixa de Gaza.
Outro ponto ainda em aberto é
se realmente os exilados iriam para a Itália. O vice-premiê italiano,
Gianfranco Fini, disse para a rede de TV CNN que seu país nunca disse que aceitaria asilar os militantes palestinos.
Mas a expectativa era de que os dois lados finalmente chegassem a um acordo até hoje, dia que Sharon se reúne com Bush.
Cerca de 150 pessoas, entre militantes armados, civis, ativistas estrangeiros e clérigos estão dentro da igreja desde 2 de abril, quando os homens armados se refugiaram no local após Israel invadir a cidade. Palestinos disseram ontem que grande parte dos militantes procurados por Israel não estaria na igreja. Autoridades palestinas dizem que os israelenses estão realizando buscas de casa em casa em Belém e redondezas. Israel divulgo lista com "dez terroristas" que estariam no local.
Na faixa de Gaza, três membros do Hamas foram mortos em choques com o Exército.
Pesquisa
Nove em cada dez israelenses judeus apóiam a ofensiva que o Exército de Israel realizou nos territórios palestinos, no que, dizem os israelenses, visava destruir a "infra-estrutura terrorista na Cisjordânia", de acordo com pesquisa do jornal "Haaretz".
Com agências internacionais
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