São Paulo, terça-feira, 07 de maio de 2002

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País usará "todo o poder" para mudar regime cubano

MARCIO AITH
DE WASHINGTON

A cúpula do governo norte-americano fez ontem duras críticas ao regime comunista de Fidel Castro em Cuba e apelou aos países da América Latina que promovam a abertura política e econômica como forma de convencer a população da região que a democracia é a única forma de governo viável.
Em discursos feitos na abertura da conferência anual do Conselho das Américas, organização empresarial cujos sócios têm atividades econômicas na região, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, o vice-presidente, Richard Cheney, e o subsecretário de Estado para a América Latina, Otto Reich, declararam que os EUA farão todos os esforços necessários para mudar o regime em Cuba.
"Cuba não pode manter-se para sempre o único obstáculo à marcha em direção à democracia e aos mercados livres", disse Powell. "O regime de Castro ridiculariza a liberdade e empobrece o povo cubano. Como disse o presidente Bush em muitas ocasiões, nosso objetivo é promover uma transição rápida e pacífica para a democracia em Cuba."
Reich, que nasceu em Cuba e naturalizou-se cidadão americano, defendeu a manutenção do embargo econômico à Cuba e afirmou que os EUA irão usar "todo o poder" para garantir uma transição em Cuba.
Cheney disse que o mundo não aguenta mais "os planos quinquenais e os discursos de quatro horas de Castro".
Powell e Reich voltaram a negar que os EUA tenham participado do fracassado golpe na Venezuela e exortaram o presidente Hugo Chávez a reforçar as instituições democráticas no país. Reich negou que navios e aviões dos EUA tenham se dirigido a Caracas no dia do golpe. "Os únicos aviões que pousaram na Venezuela eram cubanos", disse, referindo-se a amizade entre Chávez e Fidel.
Cheney disse que a Casa Branca está preocupada com a possibilidade de grupos terroristas estarem operando na região da tríplice fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina).
"Estamos atentos em relação a atividades terroristas na América Latina, especialmente na tríplice fronteira", disse Cheney. "A Argentina sofreu dois atentados à bomba nos anos 90. Terroristas agora estão tentando expandir e alistar outros grupos na região."



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