|
Próximo Texto | Índice
IRAQUE SOB TUTELA
Queda mata quatro soldados e desencadeia conflito entre as tropas estrangeiras e insurgentes xiitas
Helicóptero britânico é derrubado no Iraque
DA REUTERS
Um helicóptero militar britânico foi derrubado ontem em Basra,
matando os quatro oficiais a bordo. Iraquianos atiraram pedras
contra as tropas britânicas e atearam fogo em três tanques que estavam no local do acidente. Também houve tumultos entre rebeldes xiitas e soldados britânicos,
segundo testemunhas e a polícia
local. A cena de caos foi amplamente exibida pela TV estatal no
Iraque e pelo canal Al Jazira.
Fonte militares britânicas em
Londres confirmaram a queda do
helicóptero militar britânico e
disseram que uma investigação
estava em andamento.
O capitão da polícia de Basra
Mushtaq Khazim disse que o aparelho havia sido atingido por um
foguete e caído numa área residencial da cidade, e os bombeiros
disseram que haviam sido encontrados quatro corpos carbonizados. Oficiais britânicos, porém,
disseram ter havido "mortes",
sem quantificar o número de vítimas. Ninguém em solo ficou ferido por causa do acidente.
Enquanto tropas britânicas tentavam isolar a área do acidente
com tanques, uma multidão com
pelo menos 250 pessoas, com punhos cerrados para o alto, clamavam: "Vitória para o Exército
Mehdi", em referência à milícia
do clérigo xiita radical Moqtada al
Sadr, inimigo jurado dos EUA e
contrário à presença de tropas estrangeiras no Iraque. Também
houve uma chuva de pedras e
bombas incendiárias contra os
soldados, enquanto, no local do
acidente, uma grossa camada de
fumaça se espalhava pelo ar, dificultando a visão.
A multidão pôs fogo em três
tanques britânicos com bombas
incendiárias e uma granada, mas
os soldados escaparam ilesos, segundo testemunhas.
Numa tentativa de dispersar a
multidão, Khazim disse que os
britânicos começaram a atirar para o alto, incitando um confronto
com a milícia armada. Pelo menos quatro pessoas, incluindo
uma criança, foram mortas, segundo o policial. Duas outras vítimas eram adultos, cujo carro em
movimento na área teria sido
atingido pelas forças britânicas.
O Exército britânico negou ter
aberto fogo ou estar sendo atacado. Um dos porta-vozes das tropas britânicas disse que seus soldados haviam contado 60 tiros
para o alto vindos da multidão
-fato comum no Iraque-, mas
nenhum de seus soldados.
Um jornalista no local disse ter
sido atingido na perna e ter visto
tropas apontando seus rifles. Afirmou também ter visito um homem morto depois de ouvir tiros.
Com uma maioria xiita, que
controla Bagdá, Basra tem sido
um das cidades no norte do Iraque menos violentas. Mas os conflitos entre as forças de ocupação
e grupos rebeldes tem se intensificado. O Reino Unido tem cerca de
8.000 soldados em Basra.
O ataque de ontem aconteceu
num momento difícil para o governo do primeiro-ministro britânico Tony Blair (Partido Trabalhista), que foi obrigado a fazer
uma ampla reforma ministerial
após seu partido ter sido derrotado nas eleições municipais realizadas na última quinta-feira.
Blair trocou o ministro das Relações Exteriores Jack Straw por
Margaret Beckett, após alguns rumores de que Straw e Blair discordavam em alguns assuntos, incluindo em relação ao Iraque.
Um suicida usando uniforme
do Exército iraquiano entrou numa base iraquiana em Tikrit e detonou o cinto, que continha explosivos, matando três oficiais do
Exército iraquiano e deixando um
ferido, segundo o porta-voz do
Ministério da Defesa, general Abdul-Aziz Mohammed Jassim.
Ainda ontem, dois foguetes atingiram uma casa em Shuala, norte
de Bagdá, matando duas crianças
e ferindo uma mulher.
Com agências internacionais
Próximo Texto: "Eixo do mal": China e Rússia atacam resolução contra o Irã Índice
|