São Paulo, quarta-feira, 07 de maio de 2008

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Cinco mil chilenos fogem depois de erupção de vulcão

Chaitén era considerado inativo há pelo menos 200 anos; nuvem de fumaça e cinzas chegou a Província argentina

"Se houver lava, o que é provável, ela chegará em 20 minutos à cidade", afirma presidente do Chile para justificar retirada de local


ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

O vulcão chileno Chaitén voltou a entrar em erupção ontem e provocou o deslocamento de todos os cerca de 5.000 moradores do povoado de mesmo nome, que foi declarado em estado de alerta máximo.
O Chaitén, que fica 1.300 km ao sul de Santiago, já havia registrado atividade na última sexta-feira. Antes disso, era considerado inativo há, no mínimo, 200 anos. Alguns especialistas dizem que estaria sem atividade há 2.000 anos. A nuvem de fumaça e cinzas provocada pela erupção chegou até a Província argentina de Chubut, avançou até o oceano Atlântico e poderia chegar até a Província de Buenos Aires hoje.
A presidente chilena, Michele Bachelet, viajou ontem para a cidade de Futaleufú, vizinha de Chaitén, que também era esvaziada. "Se sair lava, o que é provável, levará 20 minutos para que chegue à cidade de Chaitén", disse a presidente ao justificar o estado de alerta e a ordem de retirada do local.
Com máscaras de gás ou cirúrgicas, os moradores do povoado de Chaitén foram deslocados ontem para outros locais do país. Os que não queriam deixar a área por suas casas ou animais foram obrigados a sair.

Desvio pela Argentina
Como o povoado, na região patagônica, é de difícil acesso, as pessoas tiveram que ser levadas até a Argentina, para depois regressarem ao território chileno. Segundo o jornal "El Mercurio", do Chile, as obras de uma estrada que ligaria Chaitén à mais próxima cidade grande, Puerto Montt, estão interrompidas há 22 anos.
Na cidade fronteiriça de Esquel, na Argentina, a cerca de 150 km do local, onde há uma chuva de cinzas, aulas foram canceladas e os moradores, orientados a não sair de casa.
O governador da Província argentina de Chubut, Mario das Neves, viajou a Esquel onde pediu tranqüilidade e disse que a situação está sob controle. Como a população se abastece das águas de rios atingidos pelas cinzas, foram entregues 50 mil litros de água e seriam instaladas três unidades móveis para filtrar a água.
O Chile tem cerca de 2.000 vulcões, 500 deles com potencial de atividade. Cerca de 60 entraram em erupção nos últimos 450 anos.


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