São Paulo, quinta-feira, 07 de maio de 2009

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Medidas antiterrorismo dos EUA levaram a atraso na identificação do vírus mexicano

DO "FINANCIAL TIMES"

Os controles rígidos impostos pelo governo americano sobre materiais biológicos, adotados depois do 11 de Setembro, dificultaram a identificação rápida do vírus A (H1N1), porque amostras de mexicanos infectados tiveram que ser enviadas ao Canadá, em vez dos EUA, para serem analisadas.
Autoridades de saúde disseram que esse desvio ressalta os efeitos negativos imprevistos das tentativas burocráticas de proteger os EUA contra ataques terroristas.
A confirmação da decisão, que atrasou a reação internacional ao surto do vírus, somou-se a relatos de obstáculos à cooperação entre México e EUA no combate à doença.
Para obter um resultado com a maior rapidez possível, o México inicialmente enviou até 200 amostras de material ao laboratório do governo canadense em Winnipeg, em meados de abril. Em seguida, enviou algumas amostras ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças, em Atlanta (EUA), a menos de metade da distância.
O centro nos EUA já tinha analisado vários casos de A (H1N1) no país, sem dar-se conta de que era o mesmo vírus.
O ministro da Saúde do México, José Angel Córdova, disse ao "Financial Times": "Sempre há procedimentos administrativos que podem levar tempo. Em vista da urgência, de que precisávamos de uma resposta mais pronta, ligamos para Winnipeg, onde nos disseram que fariam os exames em um dia".
A informação intensifica o receio de que, no início de abril, os EUA talvez estivessem preocupados demais em analisar os casos domésticos de A (H1N1) para olharem para o outro lado da fronteira.
Também foi sugerido que a OMS (Organização Mundial da Saúde) pode ter demorado a reagir aos relatos publicados pela mídia de surtos da doença no México no início de abril.
Mas Michael Ryan, diretor de alerta e resposta global da OMS, disse que sua equipe contatou o México em 10 de abril e 17 de abril com relação a incidentes distintos e que lhe foi assegurado que os casos tinham sido investigados e teriam sido casos isolados.
A OMS então, em 19 de abril, informou o México dos casos ocorridos nos Estados Unidos, e tiveram início discussões que, em 22 de abril, levaram à divulgação de um alerta sobre pneumonia grave associada à gripe.


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