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Medidas antiterrorismo dos EUA levaram a atraso na identificação do vírus mexicano
DO "FINANCIAL TIMES"
Os controles rígidos impostos pelo governo americano sobre materiais biológicos, adotados depois do 11 de Setembro,
dificultaram a identificação rápida do vírus A (H1N1), porque
amostras de mexicanos infectados tiveram que ser enviadas
ao Canadá, em vez dos EUA, para serem analisadas.
Autoridades de saúde disseram que esse desvio ressalta os
efeitos negativos imprevistos
das tentativas burocráticas de
proteger os EUA contra ataques terroristas.
A confirmação da decisão,
que atrasou a reação internacional ao surto do vírus, somou-se a relatos de obstáculos
à cooperação entre México e
EUA no combate à doença.
Para obter um resultado com
a maior rapidez possível, o México inicialmente enviou até
200 amostras de material ao laboratório do governo canadense em Winnipeg, em meados de
abril. Em seguida, enviou algumas amostras ao Centro de
Controle e Prevenção de Doenças, em Atlanta (EUA), a menos
de metade da distância.
O centro nos EUA já tinha
analisado vários casos de A
(H1N1) no país, sem dar-se conta de que era o mesmo vírus.
O ministro da Saúde do México, José Angel Córdova, disse
ao "Financial Times": "Sempre
há procedimentos administrativos que podem levar tempo.
Em vista da urgência, de que
precisávamos de uma resposta
mais pronta, ligamos para Winnipeg, onde nos disseram que
fariam os exames em um dia".
A informação intensifica o
receio de que, no início de abril,
os EUA talvez estivessem preocupados demais em analisar os
casos domésticos de A (H1N1)
para olharem para o outro lado
da fronteira.
Também foi sugerido que a
OMS (Organização Mundial da
Saúde) pode ter demorado a
reagir aos relatos publicados
pela mídia de surtos da doença
no México no início de abril.
Mas Michael Ryan, diretor
de alerta e resposta global da
OMS, disse que sua equipe contatou o México em 10 de abril e
17 de abril com relação a incidentes distintos e que lhe foi
assegurado que os casos tinham sido investigados e teriam sido casos isolados.
A OMS então, em 19 de abril,
informou o México dos casos
ocorridos nos Estados Unidos,
e tiveram início discussões que,
em 22 de abril, levaram à divulgação de um alerta sobre pneumonia grave associada à gripe.
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