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OMS conta quase 1.900 casos de gripe
Canadá anuncia primeira decodificação completa do vírus A (H1N1), o que pode ajudar a elucidar sua origem e mutação
México retoma negócios e aulas, mas reporta novas 13 mortes, enquanto um especialista americano diz acreditar em pandemia
DA REDAÇÃO
Mais 403 novos casos de gripe A (H1N1) no mundo foram
reportados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que
elevou o total de infectados pela doença que vinha sendo chamada de gripe suína para 1.893
até a noite de ontem. Guatemala e Suécia entraram na lista de
países com casos confirmados.
Paralelamente, cientistas canadenses anunciaram a decodificação completa da sequência genética do A (H1N1) -até
então inédita. Eles dizem que
isso ajudará a identificar a origem e transmissão aos humanos e explicar sua mutação.
O Laboratório Nacional de
Microbiologia canadense, responsável pela decodificação,
não encontrou diferenças genéticas entre os vírus analisados oriundos do México -país
mais afetado- e do Canadá.
Tais diferenças poderiam explicar por que os casos mexicanos têm apresentado mais gravidade que os demais. Segundo
Frank Plummer, diretor científico do laboratório, talvez a severidade dos casos se deva a diferenças genéticas entre os pacientes. Ele disse que as investigações continuarão.
No México -que ontem retomou quase por completo a
rotina de aulas, comércio e trabalho, após cinco dias de paralisação-, a OMS contabilizou
942 pessoas infectadas, 120 a
mais do que na véspera.
Autoridades locais anunciaram mais 13 mortes (não confirmadas até ontem pela OMS)
pela gripe, mas ressaltaram que
a maioria dos novos casos é de
mortes ocorridas há semanas,
só identificadas agora. O presidente mexicano, Felipe Calderón, disse que o vírus continua
se expandindo, mas que o país
está "vencendo a batalha".
Nos EUA, o número de casos
subiu de 403 para 642, segundo
a OMS. O diretor do Centro de
Controle de Doenças (CDC)
americano, Richard Besser,
ainda acredita que a gripe acabará se convertendo em uma
pandemia e que a OMS será
obrigada a elevar seu nível de
alerta de 5 (pandemia iminente) para o nível máximo, 6.
"Com o número de casos em
outros países [veja quadro ao
lado], me estranharia que não
chegasse ao nível 6", disse.
México x China
Também ontem, voltaram
para casa os 136 mexicanos que
haviam ficado sob quarentena
na China, mesmo sem ter apresentado sintomas de gripe. O
México criticara o confinamento de seus cidadãos como injusto e discriminatório, discurso
que foi ecoado pelos passageiros repatriados ontem.
"Houve discriminação e humilhação. A forma como nos levaram [para a quarentena em
hotéis de cidades chinesas diversas] sem dizer nada, sem
que nem sequer houvesse alguém doente [entre os confinados]", queixou-se a passageira
Myrna Berlanga.
Um grupo de canadenses que
também estava retido na China
será liberado hoje.
Carne de porco
A carne de porcos infectados
pela gripe não deve servir para
consumo humano, alertou ontem a OMS -declaração contrária às de outros órgãos, como a FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura),
que havia descartado qualquer
perigo na carne suína, desde
que consumida cozida.
Segundo Joseph Schlundt,
um dos diretores da OMS, é
possível que o vírus sobreviva
ao congelamento da carne processada. Mas o órgão mantém a
orientação de que o produto é
seguro -a ressalva é que "animais doentes não devem entrar
na cadeia alimentar" humana.
Com agências internacionais
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