São Paulo, quinta-feira, 07 de maio de 2009

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OMS conta quase 1.900 casos de gripe

Canadá anuncia primeira decodificação completa do vírus A (H1N1), o que pode ajudar a elucidar sua origem e mutação

México retoma negócios e aulas, mas reporta novas 13 mortes, enquanto um especialista americano diz acreditar em pandemia

DA REDAÇÃO

Mais 403 novos casos de gripe A (H1N1) no mundo foram reportados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que elevou o total de infectados pela doença que vinha sendo chamada de gripe suína para 1.893 até a noite de ontem. Guatemala e Suécia entraram na lista de países com casos confirmados.
Paralelamente, cientistas canadenses anunciaram a decodificação completa da sequência genética do A (H1N1) -até então inédita. Eles dizem que isso ajudará a identificar a origem e transmissão aos humanos e explicar sua mutação.
O Laboratório Nacional de Microbiologia canadense, responsável pela decodificação, não encontrou diferenças genéticas entre os vírus analisados oriundos do México -país mais afetado- e do Canadá.
Tais diferenças poderiam explicar por que os casos mexicanos têm apresentado mais gravidade que os demais. Segundo Frank Plummer, diretor científico do laboratório, talvez a severidade dos casos se deva a diferenças genéticas entre os pacientes. Ele disse que as investigações continuarão.
No México -que ontem retomou quase por completo a rotina de aulas, comércio e trabalho, após cinco dias de paralisação-, a OMS contabilizou 942 pessoas infectadas, 120 a mais do que na véspera.
Autoridades locais anunciaram mais 13 mortes (não confirmadas até ontem pela OMS) pela gripe, mas ressaltaram que a maioria dos novos casos é de mortes ocorridas há semanas, só identificadas agora. O presidente mexicano, Felipe Calderón, disse que o vírus continua se expandindo, mas que o país está "vencendo a batalha".
Nos EUA, o número de casos subiu de 403 para 642, segundo a OMS. O diretor do Centro de Controle de Doenças (CDC) americano, Richard Besser, ainda acredita que a gripe acabará se convertendo em uma pandemia e que a OMS será obrigada a elevar seu nível de alerta de 5 (pandemia iminente) para o nível máximo, 6.
"Com o número de casos em outros países [veja quadro ao lado], me estranharia que não chegasse ao nível 6", disse.

México x China
Também ontem, voltaram para casa os 136 mexicanos que haviam ficado sob quarentena na China, mesmo sem ter apresentado sintomas de gripe. O México criticara o confinamento de seus cidadãos como injusto e discriminatório, discurso que foi ecoado pelos passageiros repatriados ontem.
"Houve discriminação e humilhação. A forma como nos levaram [para a quarentena em hotéis de cidades chinesas diversas] sem dizer nada, sem que nem sequer houvesse alguém doente [entre os confinados]", queixou-se a passageira Myrna Berlanga.
Um grupo de canadenses que também estava retido na China será liberado hoje.

Carne de porco
A carne de porcos infectados pela gripe não deve servir para consumo humano, alertou ontem a OMS -declaração contrária às de outros órgãos, como a FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura), que havia descartado qualquer perigo na carne suína, desde que consumida cozida.
Segundo Joseph Schlundt, um dos diretores da OMS, é possível que o vírus sobreviva ao congelamento da carne processada. Mas o órgão mantém a orientação de que o produto é seguro -a ressalva é que "animais doentes não devem entrar na cadeia alimentar" humana.


Com agências internacionais


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