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ANÁLISE
Casa Branca muda tática para conter investigação
ELISABETH BUMILLER
DO "THE NEW YORK TIMES"
Com Washington acordando quase todos os dias com novas revelações sobre alertas de terrorismo anteriores ao 11 de setembro, a Casa Branca mudou abruptamente sua estratégia. Abandonou as ferozes acusações contra os democratas, que insistem em investigar se houve falha do governo, pela auto-inoculação -admite
erros no passado e prepara o terreno para mais más notícias.
As duas estratégias, porém, têm os mesmos objetivos: abafar as
críticas contra o presidente George W. Bush e barrar uma investigação independente que poderia fugir ao controle da Casa Branca.
Embora o governo esteja cooperando com uma investigação conjunta dos comitês de inteligência da Câmara e do Senado, o senador Tom Daschle, líder da maioria democrata, disse que Bush e seu vice, Dick Cheney, já haviam
lhe pedido que não houvesse nenhuma investigação.
A Casa Branca admitiu a mudança de estratégia, dizendo que
não precisa mais atacar os democratas que criticam o governo. Alguns assessores notaram que líderes democratas recuaram de suas
críticas iniciais após Cheney tê-los
advertido contra sugestões "incendiárias" de que a Casa Branca
foi alertada previamente sobre o
11 de setembro. "Acho que os democratas reconheceram o erro de
politizar o assunto", disse um
membro do governo.
Outros republicanos disseram
que a Casa Branca não tinha outra
alternativa a não ser atenuar seus
ataques aos democratas após as
revelações sobre alertas desprezados terem se tornado diárias.
Nesta semana, com o reconhecimento de que as falhas da CIA
(agência de inteligência) e do FBI
(polícia federal) foram maiores
do que estimava-se, a mudança
na posição do presidente tornou-se clara. "Acho que está claro que
a CIA e o FBI não estavam se comunicando de forma adequada",
disse Bush, na terça.
Mas ele não foi tão longe quanto o seu diretor do FBI, , Robert S. Mueller, que disse, em maio, que o governo podia ter impedido os
ataques se sua agência tivesse respondido diferentemente a todas
as informações disponíveis. "Ainda não vi evidências de que este
país poderia ter impedido os ataques", disse Bush.
Enquanto isso, a estratégia democrata é a de seguir pedindo
uma investigação abrangente e independente -uma forma de
criticar implicitamente o governo, mas não o extraordinariamente popular presidente.
Bush, por enquanto, resiste agressivamente à idéia, que seria perigosa e imprevisível. A Casa Branca diz que uma investigação desse tipo tomaria um tempo crucial do governo enquanto ele trava sua guerra contra o terrorismo.
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