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"Chanceler" das Farc se diz um refém do Estado
Guerrilheiro foi solto por Uribe a pedido de Sarkozy
DA REDAÇÃO
Rodrigo Granda, o dito "ministro das Relações Exteriores"
do grupo guerrilheiro Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), disse ontem
estar "seqüestrado pelo Estado" colombiano.
Granda, que estava preso e
foi solto por ordem do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, na última segunda-feira,
afirmou, por meio de uma mensagem que passou à imprensa,
não haver "traído a guerrilha".
Uribe soltou Granda a pedido
do presidente da França, Nicolas Sarkozy, que pretendia com
isso facilitar a libertação de Ingrid Betancourt, cidadã franco-colombiana seqüestrada pelas
Farc em fevereiro de 2002.
A França e a Colômbia pretendiam transformar Rodrigo
Granda, capturado em 2004,
em emissário dessa operação
de libertação. Mas anteontem o
próprio Granda rejeitou a tarefa e endossou a tese das Farc de
que a libertação de todos os 57
reféns em poder da guerrilha
não pode ser discutida isoladamente e deve integrar um plano mais extenso de negociações
com o governo colombiano.
O caso Betancourt tem um
alto poder de mobilização entre
os franceses -tanto que, já em
seu primeira declaração como
presidente eleito, em 6 de maio,
Sarkozy disse que "a França
não abandonará Ingrid Betancourt" -que foi candidata à
Presidência da Colômbia. Sarkozy está empenhado em obter
a libertação dela para capitalizar o feito politicamente, visando as eleições legislativas francesas, cujo primeiro turno
ocorrerá no próximo domingo.
Tanto que o recém-eleito
presidente francês, que se encontra em Heiligendamm, proporá que o G8 preste em seu comunicado final uma homenagem ao presidente Uribe, pelo
"gesto humanitário" que consistiu na soltura de Rodrigo
Granda.
O "chanceler" das Farc pronunciou-se ontem também sobre o filho de Clara Rojas, chefe
da campanha de Betancourt,
também seqüestrada, e nascido
há três anos, no cativeiro. "Isso
[o nascimento da criança enquanto a mãe está seqüestrada]
é uma tragédia, mas muitas
guerrilheiras também tiveram
seus filhos no cárcere", disse
Granda, ao afirmar não poder
garantir que a criança, chamada Emmanuel, será solta.
Com agências internacionais
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