São Paulo, quinta-feira, 07 de junho de 2007

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"Chanceler" das Farc se diz um refém do Estado

Guerrilheiro foi solto por Uribe a pedido de Sarkozy

DA REDAÇÃO

Rodrigo Granda, o dito "ministro das Relações Exteriores" do grupo guerrilheiro Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), disse ontem estar "seqüestrado pelo Estado" colombiano.
Granda, que estava preso e foi solto por ordem do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, na última segunda-feira, afirmou, por meio de uma mensagem que passou à imprensa, não haver "traído a guerrilha".
Uribe soltou Granda a pedido do presidente da França, Nicolas Sarkozy, que pretendia com isso facilitar a libertação de Ingrid Betancourt, cidadã franco-colombiana seqüestrada pelas Farc em fevereiro de 2002.
A França e a Colômbia pretendiam transformar Rodrigo Granda, capturado em 2004, em emissário dessa operação de libertação. Mas anteontem o próprio Granda rejeitou a tarefa e endossou a tese das Farc de que a libertação de todos os 57 reféns em poder da guerrilha não pode ser discutida isoladamente e deve integrar um plano mais extenso de negociações com o governo colombiano.
O caso Betancourt tem um alto poder de mobilização entre os franceses -tanto que, já em seu primeira declaração como presidente eleito, em 6 de maio, Sarkozy disse que "a França não abandonará Ingrid Betancourt" -que foi candidata à Presidência da Colômbia. Sarkozy está empenhado em obter a libertação dela para capitalizar o feito politicamente, visando as eleições legislativas francesas, cujo primeiro turno ocorrerá no próximo domingo.
Tanto que o recém-eleito presidente francês, que se encontra em Heiligendamm, proporá que o G8 preste em seu comunicado final uma homenagem ao presidente Uribe, pelo "gesto humanitário" que consistiu na soltura de Rodrigo Granda.
O "chanceler" das Farc pronunciou-se ontem também sobre o filho de Clara Rojas, chefe da campanha de Betancourt, também seqüestrada, e nascido há três anos, no cativeiro. "Isso [o nascimento da criança enquanto a mãe está seqüestrada] é uma tragédia, mas muitas guerrilheiras também tiveram seus filhos no cárcere", disse Granda, ao afirmar não poder garantir que a criança, chamada Emmanuel, será solta.


Com agências internacionais


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