São Paulo, segunda-feira, 07 de junho de 2010

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Israel descarta investigação da ONU

Netanyahu rejeita pedido de Ban para integrar inquérito internacional sobre morte de ativistas que iam a Gaza

Governo israelense diz buscar apoio dos EUA para investigar sozinho ação contra frota que levava ajuda a território

Mohamed Azakir/Reuters
Manifestante carrega estrela de Davi, símbolo de Israel, em protesto em frente à Embaixada dos EUA em Beirute contra ação israelense que matou oito

DAS AGENCIAS DE NOTÍCIAS

Israel rejeitou ontem pedido da ONU para integrar uma investigação internacional sobre o ataque de soldados israelenses a uma frota de navios que levava ajuda humanitária à faixa de Gaza na semana passada.
O pedido para que Israel participe dos esforços internacionais para apurar a ação, na qual soldados israelenses mataram nove ativistas pró-palestinos, foi feito pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao premiê israelense, Binyamin Netanyahu, em conversa telefônica no sábado.
Pelos planos de Ban, a investigação teria participação dos EUA, da Turquia e de peritos da ONU capitaneados pelo ex-premiê neozelandês Geoffrey Palmer, especialista em direito marítimo.
"Eu disse [a Ban] que a investigação dos fatos deve ser conduzida de forma responsável e objetiva, e estamos buscando outras alternativas", afirmou Netanyahu.
O embaixador de Israel em Washington, Michael Oren, disse que seu governo espera obter o apoio dos EUA para fazer uma apuração interna sobre o caso.
Rebatendo pressões, Oren disse à TV Fox News: "Israel é um Estado democrático que tem a capacidade e o direito de investigar a si próprio, não de ser investigado por qualquer painel internacional".
Israel disse nos útlimos dias que estava disposto a aceitar, no máximo, observadores externos para sua investigação interna.
A recusa israelense contraria até mesmo aliados do Estado judaico, como França e Reino Unido, que ontem reiteraram pedido por uma investigação internacional.

CARTA
No plano interno, um grupo de oficiais da reserva do Exército israelense divulgou uma carta aberta criticando o governo pela ação contra os navios, chamando-a de "fracasso militar e diplomático".
Israel alega que os ativistas têm vínculos com organizações terroristas e diz que não permitirá que Gaza se torne um "porto iraniano" -alusão ao apoio do Irã ao Hamas, que governa Gaza.
A crise estourou no dia 31 de maio, quando soldados israelenses a bordo de helicópteros e lanchas abordaram uma frota de seis navios que pretendiam furar pelo mar o bloqueio imposto a Gaza em 2007, quando o grupo radical Hamas tomou o controle do território em meio a disputas de poder com o rival Fatah.
Após resistirem à ação israelense, que matou oito cidadãos turcos e um turco-americano, os cerca de 700 ativistas foram neutralizados e levados até o porto de Ashdod, de onde foram deportados nos dias seguintes.
Um sétimo navio da frota tentou anteontem furar o bloqueio e acabou barrado, desta vez sem violência. As 19 pessoas a bordo começaram a ser deportadas ontem.


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