São Paulo, segunda-feira, 07 de junho de 2010

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EUA detêm suspeitos de tramar ataque

Presa em aeroporto de Nova York, dupla pretendia integrar um grupo somali ligado à Al Qaeda, afirma polícia

Investigados desde 2006, detidos teriam viajado à Jordânia em 2007 para tentar ingressar no Iraque

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Dois americanos suspeitos de tentar integrar um grupo insurgente somali ligado à Al Qaeda foram presos ontem no aeroporto internacional de Nova York quando tentavam deixar os EUA.
Segundo a polícia, eles viajariam em voos distintos até o Egito, de onde partiriam até a Somália para se unir à milícia islâmica Al Shabab, considerada terrorista pelos americanos.
Mohamed Mahmood Alessa, 20, e Carlos Eduardo Almonte, 26, eram investigados desde 2006. De acordo com a polícia de Nova York, ambos viajaram para a Jordânia em 2007 e tentaram entrar no Iraque, mas foram rejeitados por seus recrutadores.
Eles responderão por conspiração para matar, injúria e sequestro de pessoas fora dos EUA.
Durante a investigação, um policial disfarçado gravou conversas em que os dois suspeitos falavam dos seus planos. "Vou-me embora [dos EUA]. Se Deus quiser, nunca voltarei", Alessa teria dito ao policial em 2009. "Só voltaria se, na terra do jihad, o líder me ordenasse que voltasse para fazer algo aqui".
Alessa teria dito que sua alma não sossegaria enquanto ele não derramasse sangue. "Quero ser um terrorista conhecido mundialmente."
Alessa também foi gravado dizendo que seguiria os passos de Nidal Hasan, o psiquiatra do Exército americano que matou 13 pessoas em Fort Hood, em 2009: "Ele não é melhor que eu. Farei o dobro do que ele fez".
Tanto Alessa quanto Almonte são cidadãos americanos que viviam no Estado de Nova Jersey. Nascido nos Estados Unidos, Alessa é descendente de palestinos. Almonte, por sua vez, nasceu na República Dominicana e se naturalizou americano.
As investigações mostram que eles foram inspirados por outros dois cidadãos americanos que têm recrutado terroristas pela internet: Anwar al Aulaqi, que influenciou o ataque em Fort Hood e a tentativa frustrada de atentado num avião que ia de Amsterdã a Detroit no ano passado, e Adam Gadahn, porta-voz da Al Qaeda.
Alessa e Almonte devem ser interrogados hoje numa corte federal em Nova Jersey. Segundo a polícia, os dois planejaram a viagem com vários meses de antecedência e economizaram milhares de dólares.
O treinamento incluiu levantamento de pesos, caminhadas na neve, jogos violentos de videogame e filmes de terroristas na internet.


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