São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2005

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IRAQUE

Seqüestradores dizem que vão matar egípcio

DA REDAÇÃO

Os seqüestradores do chefe da representação diplomática egípcia no Iraque, Ihab al Sherif, ameaçaram ontem matar o refém porque, segundo eles, o Egito é aliado de "judeus e cristãos", de acordo com comunicado divulgado na internet.
"A corte islâmica da Organização Al Qaeda no Iraque decidiu entregar o apóstata, embaixador do Egito aliado de judeus e cristãos, aos mujahidin [guerreiros islâmicos] para que o matem", dizia o comunicado. Sem mencionar o nome do ditador egípcio, Hosni Mubarak, a mensagem cita "o ídolo do Egito", dizendo que ele promove os interesses americanos no Oriente Médio.
Não houve reação imediata por parte do governo do Egito ou do Iraque, que criticou a decisão do egípcio de sair sozinho de carro para comprar jornal. Al Sherif, que estava para ser oficialmente designado como o primeiro embaixador de um país árabe no Iraque, foi levado no último sábado.
Ativistas egípcios prometeram realizar uma manifestação hoje para pedir que os seqüestradores libertem o diplomata e para forçar o país a congelar suas relações com o governo iraquiano.
O site do grupo terrorista mostrou fotos de documentos de identidade do diplomata para confirmar a autoria da ação.
Desde o seqüestro, dois outros diplomatas, do Bahrein e do Paquistão, foram alvos de ataques. Autoridades iraquianas dizem que as ações fazem parte de um plano para criar um ambiente de medo e desencorajar países árabes ou islâmicos a estreitar seus laços com o novo governo iraquiano. O ministro do Interior, Bayan Jabor, disse que existe "um plano para proteger diplomatas depois desses incidentes", mas não deu mais detalhes.

Americanos presos
O Pentágono informou ontem que o Exército americano mantém presos cinco cidadãos americanos entre os mais de 10 mil prisioneiros no Iraque por suspeitas de terrorismo ou outras atividades criminosas.
Os cinco homens estão detidos sem acusações ou acesso a advogados. Três deles têm também cidadania iraquiana, outro iraniana e o quinto, jordaniana. Eles foram capturados separadamente e parecem não ter ligações entre si, segundo autoridades americanas. O nome dos prisioneiros, que estão em cadeias iraquianas, não foi divulgado.
Sua captura apresenta uma questão complexa para os EUA. Whitman disse que ainda não está decidido se eles serão entregues ao Departamento da Justiça ou ao novo sistema legal iraquiano.
Em mais um dia de violência, dois carros-bombas mataram pelo menos 11 pessoas e deixaram 19 feridas, no sul de Bagdá.


Com agências internacionais

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