|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONE SUL
Congresso paraguaio aprova ingresso de tropas americanas com imunidade
EUA e Paraguai negam base militar
CAROLINA VILA-NOVA
DA REDAÇÃO
Os EUA e o Paraguai negaram
ontem informações, divulgadas
nos últimos dias por vários jornais latino-americanos, sobre a
instalação de uma base militar
americana permanente em território paraguaio.
"Não há uma base americana
permanente no Paraguai nem há
planos de criar uma", disse à Folha o sargento Jose Ruiz, superintendente de comunicação do Comando Sul dos EUA. "O que temos com o Paraguai é um acordo
que prevê treinamento conjunto
com as forças paraguaias, a exemplo do que temos com outros países da região, como a Bolívia e o
Brasil", afirmou.
O embaixador do Paraguai no
Brasil, Luis González, disse que a
construção da base é uma especulação e nunca foi autorizada por
seu governo. "Não há conversas
nesse sentido", disse à Folha.
Segundo González, o equívoco
teve origem na aprovação, pelo
Congresso paraguaio, do ingresso
de tropas americanas como parte
de programas de treinamento e
ações conjuntas de paz.
Os militares entrarão no Paraguai com status diplomático - o
que lhes garante imunidade, conforme a Convenção de Viena. Caso venham a cometer delitos e faltas graves, não poderão ser julgados pela Justiça paraguaia.
O mesmo tratamento, disse
Gonzáles, é dispensado a todos os
militares estrangeiros, inclusive
os brasileiros, que estejam no Paraguai em missões semelhantes.
"São operações de manutenção
de paz junto com o Exército paraguaio, com ações sociais como a
construção de poços artesanais e
atenção médica, além de controle
do tráfico de drogas", afirmou.
A suposta base seria instalada
perto de Mariscal Estigarribia, na
região do Chaco paraguaio, a 250
km da fronteira com a Bolívia e
próximo da Tríplice Fronteira,
possibilitando a aterrissagem de
aviões militares e armamento pesado. As reportagens chegaram a
afirmar que 400 marines já estariam na base, com capacidade para abrigar até 16 mil militares.
O objetivo, além do combate ao
narcotráfico, seria controlar as reservas de hidrocarbonetos da Bolívia. Alarmado, o Congresso boliviano anunciou a criação de uma
comissão para investigar o caso.
Hoje, os EUA mantêm na América Latina as bases permanentes
de Guantánamo (Cuba) e Soto
Cano (Honduras), além de bases
"de segurança compartilhada"
em Manta (Equador), Comalapa
(El Salvador) e Aruba e Curaçao.
Texto Anterior: Europa: UE precisa se aprofundar, diz chanceler Fini Próximo Texto: Chile: Pinochet perde mais uma imunidade Índice
|