São Paulo, sábado, 07 de julho de 2007

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Iraquiano é 1º acusado em complô terrorista

O médico Bilal Abdulla estava no carro em chamas que invadiu o aeroporto de Glasgow (Escócia) há uma semana

Dois dos médicos suspeitos estavam tentando obter permissão para trabalhar nos EUA, de acordo com a polícia federal americana

DA REDAÇÃO

Um dos médicos detidos após lançar um carro em chamas contra o aeroporto de Glasgow (Escócia), no último sábado, tornou-se ontem o primeiro dos oito suspeitos a ser acusado formalmente pela Procuradoria britânica por participação no suposto plano terrorista, que também incluiu a tentativa de explodir dois carros-bomba em Londres.
O iraquiano Bilal Abdulla, 27, que se formou em medicina em Bagdá e chegou ao Reino Unido em 2004, foi acusado de conspirar para causar explosões e deve comparecer hoje ao tribunal de Westminster, no centro de Londres. O crime pelo qual ele é acusado consta da Lei de Substâncias Explosivas, de 1883, informou a Procuradoria britânica, e pode condenar Abdulla à prisão perpétua.
Além do iraquiano, sete estrangeiros estão detidos por suspeita de ligação com o complô, entre eles dois indianos e um casal de jordanianos. Todos são profissionais médicos e trabalharam no Sistema Nacional de Saúde britânico (NHS, na sigla em inglês).
A polícia acredita que os dois carros-bomba desativados em Londres na sexta-feira da semana passada e o atentado ao aeroporto de Glasgow, no dia seguinte, fazem parte do mesmo plano. O motorista do jipe que invadiu o aeroporto de Glasgow seria libanês ou indiano, segundo diferentes versões da imprensa britânica. Ele continua internado no hospital Royal Alexandra, perto de Glasgow, com queimaduras graves.
Em Washington, o FBI (polícia federal) informou que dois dos médicos detidos na semana passada se candidataram a obter permissão para trabalhar nos EUA. Um deles foi identificado como o jordaniano Mohammed Asha, médico de 26 anos que foi preso no sábado junto com a mulher, Marwa, técnica de laboratório. O FBI não identificou o segundo candidato a trabalhar nos EUA.
Nancy O'Dowd, porta-voz do FBI, confirmou que Asha tentou obter permissão para trabalhar como médico nos EUA, mas disse que ele não chegou a prestar exames.
Segundo a Associação Médica Americana, em 2005 os estrangeiros e os americanos formados no exterior constituíam cerca de 25% dos médicos trabalhando nos EUA -ou 228.665 do total de 902.053.
Ontem a polícia australiana apreendeu computadores de dois hospitais em Brisbane para tentar estabelecer o elo entre os incidentes em Londres e Glasgow e o médico indiano Mohammad Haneef, preso no país na última segunda-feira.


Com agências internacionais


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