|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Parlamento russo reforça restrição de direitos civis
DA REDAÇÃO
A Câmara Baixa da Duma, o
Parlamento russo, aprovou ontem legislação expandindo o
conceito legal de extremismo e
reforçando os mecanismos de
restrição dos direitos civis. Os
parlamentares deram o aval,
por 311 votos a 90, a lei adicionando ao conceito de extremismo, que constitui crime, ações
motivadas por ódio político,
ideológico e social. Anteriormente já caía sob o guarda-chuva da prática de extremismo,
segundo a lei russa, racismo,
xenofobia e crimes por motivo
religioso.
De acordo com o Kremlin, a
modificação na legislação visa
intimidar grupos nacionalistas
e radicais num momento em
que a Rússia tem vivido ações
violentas de gangues racistas e
xenófobas. Já os críticos do governo alertam para o fato de
que se aproxima um período
eleitoral na Rússia e que a intenção da Duma, dominada pelo PRU, partido que apóia o
presidente Vladimir Putin, é
justamente restringir as liberdades às vésperas dos pleitos.
Em dezembro deste ano haverá
eleições parlamentares e, em
março de 2008, presidenciais.
"A definição de extremismo é
muito ampla, permitindo a inclusão de toda a crítica às autoridades", disse ontem o deputado Vladimir Ryzhkov, um dos
poucos na Duma não alinhados
ao governo.
A lei, que ainda deve seguir
para a Câmara Alta antes de ser
enviada à sanção de Putin
-praticamente certa-, também permite às forças de segurança do país que interpretem
violações menores, como distúrbios públicos e vandalismo,
como atos extremistas em alguns casos, além de dar-lhes o
direito de grampear telefones
de suspeitos de extremismo.
São ainda previstas nessa nova lei restrições à liberdade de
imprensa: a mídia ficará proibida de fazer menção a organizações que tenham sido banidas
por crimes de extremismo sem
se referir ao banimento e sua
causa. Mais, proprietários de
publicações e editoras que disseminarem literatura considerada extremista estarão sujeitos a multa ou banimento.
Além disso, suspeitos de atos
extremistas estarão proibidos
de concorrer a cargos públicos.
Imprensa e votos
No ano passado, o presidente
Putin já havia sancionado lei
permitindo que a difamação de
um membro do governo pudesse ser considerada extremismo
-o que, segundo críticos do
Kremlin, restringiria a atuação
da imprensa.
Em março deste ano, Putin
criou por decreto uma agência
para regular a mídia e a internet, o que já fez aumentarem as
preocupações de jornalistas em
relação à censura e ao controle
da imprensa na Rússia. O
Kremlin afirmou à época que a
função da nova agência -na
verdade a unificação de duas
outras já existentes- era aumentar a eficiência dos órgãos.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Jornalista denuncia ameaças na Venezuela Próximo Texto: China condena funcionário à morte Índice
|