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Uma outra guerra
Jornal relata morte impune de homossexuais no Iraque
DA REDAÇÃO
Extremistas islâmicos, sobretudo xiitas, têm assassinado cidadãos iraquianos
suspeitos de práticas homossexuais, num dos únicos crimes ao qual a legislação local
assegura total impunidade.
Essa onda de violência é descrita em reportagem publicada ontem pelo jornal britânico "The Observer".
Não há estatísticas sobre
esse tipo de assassinato. Mas
especialistas, como Ali Hili,
que dirige como exilado em
Londres uma versão iraquiana do LGBT (Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis) disse
ter perdido contato nas últimas semanas com a metade
dos 40 representantes de seu
movimento que atuavam
dentro do Iraque.
Os assassinatos atingem
homens e mulheres em idade adulta e que praticam o
homossexualismo, mas também garotos vendidos por
seus familiares para proxenetas de pedofilia.
O jornal diz que um dos indícios de que a repressão homofóbica vem aumentando
está nos pedidos de asilo que
o Reino Unido tem recebido
de vítimas em potencial.
Por ser considerado imoral pelas leis islâmicas, o homossexualismo pode ser livremente reprimido sob as
formas mais selvagens. O artigo 111 da Lei Penal protege
homicidas de pessoas que supostamente contrariem
princípios muçulmanos.
Por isso permanecem impunes os seqüestradores de
Amir Hasoon al Hasani, de 11
anos, forçado à prostituição
infantil. O corpo dele apareceu três dias depois com uma
bala na cabeça.
Fotografias de execuções
que o "Observer" obteve
mostram dois homens com
olhos vendados e uma arma
de fogo na têmpora, segundos antes de serem mortos.
Outra série de fotografias,
obtida com um celular, mostra um suposto homossexual
surrado até morrer.
Uma última fotografia
mostra o corpo mutilado de
Karar Oda, de 38 anos, seqüestrado em Bagdá.
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