São Paulo, segunda-feira, 07 de agosto de 2006

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Uma outra guerra

Jornal relata morte impune de homossexuais no Iraque

DA REDAÇÃO

Extremistas islâmicos, sobretudo xiitas, têm assassinado cidadãos iraquianos suspeitos de práticas homossexuais, num dos únicos crimes ao qual a legislação local assegura total impunidade. Essa onda de violência é descrita em reportagem publicada ontem pelo jornal britânico "The Observer".
Não há estatísticas sobre esse tipo de assassinato. Mas especialistas, como Ali Hili, que dirige como exilado em Londres uma versão iraquiana do LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis) disse ter perdido contato nas últimas semanas com a metade dos 40 representantes de seu movimento que atuavam dentro do Iraque.
Os assassinatos atingem homens e mulheres em idade adulta e que praticam o homossexualismo, mas também garotos vendidos por seus familiares para proxenetas de pedofilia.
O jornal diz que um dos indícios de que a repressão homofóbica vem aumentando está nos pedidos de asilo que o Reino Unido tem recebido de vítimas em potencial.
Por ser considerado imoral pelas leis islâmicas, o homossexualismo pode ser livremente reprimido sob as formas mais selvagens. O artigo 111 da Lei Penal protege homicidas de pessoas que supostamente contrariem princípios muçulmanos.
Por isso permanecem impunes os seqüestradores de Amir Hasoon al Hasani, de 11 anos, forçado à prostituição infantil. O corpo dele apareceu três dias depois com uma bala na cabeça.
Fotografias de execuções que o "Observer" obteve mostram dois homens com olhos vendados e uma arma de fogo na têmpora, segundos antes de serem mortos. Outra série de fotografias, obtida com um celular, mostra um suposto homossexual surrado até morrer.
Uma última fotografia mostra o corpo mutilado de Karar Oda, de 38 anos, seqüestrado em Bagdá.


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