São Paulo, sexta-feira, 07 de agosto de 2009

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Clinton foi à Coreia do Norte em avião de produtor de Hollywood

Rede de contatos de ex-presidente facilitou missão de resgate de jornalistas

DO "INDEPENDENT"

Novos detalhes da missão de resgate de Bill Clinton à Coreia do Norte, tornados públicos ontem, revelam que o ex-presidente americano teve ajuda do produtor bilionário de Hollywood Steve Bing na empreitada que resultou na libertação de duas jornalistas americanas presas desde março.
Bing emprestou a Clinton o avião que o levou da Califórnia a Pyongyang. Mas ele não foi o único a ajudar a transformar uma missão de valor inestimável para o governo americano numa operação freelance.
As revelações de ontem de como a viagem foi secretamente organizada revelam a extensão da nebulosa rede de contatos de Clinton, considerada problemática no passado devido à posição de sua mulher como secretária de Estado.
Vital nesta ocasião foi seu relacionamento de longa data com Bing, doador confiável da fundação de Clinton.
Com permissões especiais dadas de última hora pela Autoridade Federal de Aviação, o Boeing 737 só com classe executiva levou o ex-presidente e um pequeno grupo de auxiliares à Coreia do Norte com duas escalas para reabastecimento -ao custo de US$ 200 mil, que também serão pagos por Bing.
Al Gore, ex-vice presidente dos EUA e fundador da CurrentTV, canal para o qual trabalhavam as duas jornalistas quando foram presas em março, agradeceu a Bing.
Também não podem ser esquecidos a Dow Chemical e seu executivo-chefe, Andrew Liveris. Também doadora da Fundação Clinton, a Dow cedeu o avião que levou o ex-presidente de sua casa em Nova York a Burbank (Califórnia), onde o avião de Bing o esperava.
Funcionários do governo Obama, incluindo Hillary Clinton, que está na África, continuaram ontem a separar o resgate das jornalistas da disputa nuclear com Pyongyang.
"Quero ter certeza de que as pessoas não confundam o que Bill fez, que foi uma missão humanitária privada, com a nossa política, que continua sendo a de dar escolhas à Coreia do Norte", disse ela em Nairóbi.
Foi a Casa Branca, porém, que procurou o ex-presidente pedindo que ele abraçasse a missão. Clinton concordou e partiu com instruções expressas da equipe de Obama para se ater à tarefa.
Analistas duvidam que Clinton tenha se limitado a isso. Ele teve uma rara oportunidade de observar a saúde de Kim Jong-il, cuja condição exata é um assunto de grande interesse para as autoridades americanas que começaram a indagar Clinton ontem. E o encontro abre as portas para a continuação do diálogo entre EUA e Coreia.


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