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Senado confirma a primeira juíza latina na Suprema Corte
DE NOVA YORK
A juíza Sonia Sotomayor obteve ontem a aprovação do Senado dos EUA e se tornou a primeira latina e a terceira mulher
a integrar a Suprema Corte do
país. Sua confirmação foi uma
vitória para o presidente Barack Obama, que afirmou que o
Senado "quebrou uma barreira" e que a decisão ajudará a levar o país a uma "união mais
perfeita".
A confirmação de Sotomayor
foi por 68 votos a 31. O resultado ocorreu após 18 horas de debates ao longo de três dias nesta
semana, apesar de não haver
muita dúvida em relação à
aprovação em razão da vantagem numérica dos democratas
no Senado. Todos os votos contrários vieram de republicanos,
mas ela obteve nove votos favoráveis do partido da oposição.
O juramento no novo cargo
será amanhã na sede do tribunal. A chegada da juíza não deverá, a princípio, modificar o
equilíbrio de forças na instituição. Ela substitui o juiz David
Souter, que anunciou aposentadoria e em geral seguia a ala
liberal nas votações.
Apesar disso, a primeira indicação de Obama para o órgão
evidencia a direção que ele gostaria de dar à instituição.
Atualmente, os juízes da Suprema Corte costumam formar
alas com quatro liberais, quatro
conservadores e um conservador moderado, Anthony Kennedy, que é quem muitas vezes
dá o voto decisório.
Há expectativas de que Obama possa indicar ainda outros
juízes durante seu mandato, já
que John Paul Stevens e Ruth
Ginsburg, ambos com mais de
75 anos, possivelmente irão se
aposentar. As escolhas podem
deixar um legado de décadas na
instituição, já que os cargos na
Suprema Corte são vitalícios.
Durante o governo George W.
Bush foram nomeados dois juízes conservadores.
Obama afirmou que a aprovação da juíza foi histórica. "Os
principais ideais americanos
-justiça, igualdade e oportunidade- são os mesmos ideais
que fizeram a trajetória única
da juíza Sotomayor possível",
disse. Ela é nascida em Nova
York, filha de porto-riquenhos,
e foi criada em um conjunto habitacional no Bronx. Atua como
juíza federal desde 1992.
O processo de aprovação do
nome de Sotomayor contou
com forte resistência entre os
políticos mais conservadores.
Eles diziam temer a chegada de
uma "ativista judiciária", insinuando que ela usaria o tribunal para defender políticas em
vez de aplicar fielmente a lei.
Sotomayor foi bastante criticada por uma declaração de
2001 em que disse que uma "latina sábia" poderia tomar melhores decisões do que um homem branco sem as mesmas
experiências de vida. Durante o
processo de perguntas e respostas no Senado, disse lamentar a afirmação, que teria dado
margem a uma interpretação
equivocada.
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