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Moscou amplia sua influência na Ásia por meio da venda de armamentos
DONALD GREENLEES
DO "NEW YORK TIMES", EM HONG KONG
A caminho da cúpula anual
com os líderes da região Ásia-Pacífico, na Austrália, o presidente Vladimir Putin, da Rússia, marcou uma breve parada
em Jacarta, ontem, onde assinou um contrato de armas de
US$ 1 bilhão que inclui o fornecimento de dois submarinos
classe Kilo à Indonésia.
A transação se segue à assinatura de acordos anteriores
para a venda de caças Su-27 e
Su-30 à Indonésia, Malásia e
outros países da região, o que
ajuda a reforçar a posição da
Rússia como maior fornecedor
de armas na Ásia.
Depois de executar uma retirada estratégica da região,
quando do esfacelamento do
império soviético, em 1991, os
analistas dizem que a Rússia
agora está executando um retorno firme, o que poderia ter
impacto significativo sobre o
ambiente estratégico do Leste
Asiático e do Pacífico nas duas
próximas décadas.
De acordo com o mais recente relatório do Centro de Pesquisa do Congresso norte-americano sobre a corrida armamentista mundial, os EUA são
o maior vendedor de armas do
mundo, seguidos pela França.
A Rússia ocupa a terceira posição, mas já lidera na Ásia.
O país tem planos ambiciosos e de longo prazo para restaurar as forças de sua frota no
Pacífico, que foi praticamente
eliminada, e de suas unidades
militares no Extremo Oriente.
E também passará a ocupar posição cada vez mais vital para a
segurança energética da Ásia,
ao passar a direcionar para lá
proporção maior de suas exportações de petróleo e gás.
Muraviev, analista estratégico da Universidade Curtin de
tecnologia, na Austrália, disse
que uma das manifestações
mais claras do objetivo russo de
fazer do país "de novo uma das
potências do Pacífico" era o uso
crescente das exportações de
armas para obter vantagens diplomáticas e comerciais e o
anúncio de planos de reforço
significativo do poderio de
combate das unidades militares estacionadas na Ásia.
Entre 1998 e 2005, a Rússia
fechou acordos para a venda de
US$ 29,1 bilhões em armas aos
países asiáticos, respondendo
por 37% do mercado da região,
de acordo com o Centro de Pesquisa do Congresso norte-americano. Os novos contratos de
vendas de armas assinados pelos EUA no período respondem
por um quarto do mercado.
O consumo de equipamento
militar russo vem sendo liderado por dois tradicionais clientes do país, China e Índia. A
Rússia vem aprofundando o relacionamento com ambas as
nações por meio do estabelecimento de programas conjuntos. Mas também está procurando por novos clientes.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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