|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Karzai se aproxima de vitória no 1º turno
Presidente afegão tem 48,6% dos votos apurados até ontem; 200 mil cédulas foram anuladas por fraude
DA REDAÇÃO
O presidente do Afeganistão,
Hamid Karzai, ficou mais perto
da vitória em primeiro turno na
eleição presidencial de 20 de
agosto, com quase 75% das urnas apuradas. A Comissão Eleitoral Independente anunciou
ontem ainda que cerca de 200
mil votos foram anulados por
terem sido fraudados -a oposição acusa Karzai de ter cometido fraudes em massa para conseguir a reeleição.
Karzai tinha até ontem
48,6% dos votos contabilizados
(ou 2,08 milhões de votos),
contra os 30,1% de seu principal adversário, o ex-chanceler
Abdullah Abdullah. Se alcançar
a maioria absoluta, o atual presidente será reeleito sem a necessidade de um segundo turno. A comissão eleitoral não
quis se comprometer ontem
com uma data para a divulgação dos resultados finais.
Anteontem, Abdullah pedira
que não fossem mais divulgados resultados preliminares,
porque os números, disse, são
"suspeitos" e porque está em
curso uma "fraude orquestrada
pelo Estado, e não casos isolados de violações".
O pleito afegão é alvo de 650
denúncias de graves violações
-apoiadores de Karzai são acusados por Abdullah de encher
urnas com milhares de votos
fraudulentos.
Ontem, a Comissão Eleitoral
Independente declarou a anulação dos votos de 447 colégios
eleitorais em todo o país (de um
total de 25,4 mil) por fraude, o
que afeta "ao redor de 200 mil
votos", segundo o porta-voz do
órgão, Noor Muhammad Noor.
Abdullah diz que diversos colégios eleitorais tinham um número de votos quase idêntico
para Karzai e nenhum voto para os demais candidatos.
Ataque da Otan
Houve tensão ontem entre
Alemanha e EUA, aliados na
guerra afegã, por conta do ataque perpetrado na sexta-feira
pelas tropas alemãs na Província de Kunduz (norte do Afeganistão) e que deixou ao menos
70 mortos -teme-se que até 40
deles civis afegãos.
O ataque alvejou dois caminhões-tanque com combustível que haviam sido roubados
pelo Taleban e que, segundo o
ministro da Defesa da Alemanha, Franz Josef Jung, "constituíam ameaça grave aos soldados alemães ali perto" se usados pelos insurgentes para
atentados. "Por isso, apoio a decisão de nosso comandante de
ordenar o ataque", disse Jung.
O ministério agregou que
não havia certeza de mortes de
não combatentes no episódio.
Em contrapartida, a própria
Otan (aliança militar ocidental)
admitira que poderia haver civis entre os mortos.
"Pelo que vi, é claro que houve civis feridos no local", disse
ontem, em visita a Kunduz, o
comandante das tropas americanas e da Otan no Afeganistão,
general Stanley McChrystal
-que assumiu em junho com a
promessa de proteger os cidadãos afegãos em meio à guerra.
McChrystal agregou que é "importante que acompanhemos
[o caso]", sob investigação da
coalizão liderada pelos EUA e o
governo afegão.
Relatos indicam que os caminhões haviam sido abandonados pelo Taleban e que civis
cercaram o veículo para saquear seu combustível.
A chanceler (premiê) alemã,
Angela Merkel, pediu ontem à
Otan uma "rápida e cuidadosa"
investigação do episódio, agregando que "sentiria profundo
pesar" se confirmadas as mortes de não combatentes.
A oposição alemã pediu que
Merkel vá ao Parlamento dar
explicações sobre o caso.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Reino Unido: Brown promete buscar que Líbia indenize vítimas Próximo Texto: "Historiadores já não querem discutir culpas da 2ª Guerra" Índice
|