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TRAGÉDIA NOS EUA
Congresso examina obras que foram concedidas sem licitação para amenizar danos causados por furacão
Contratos pós-Katrina vão ser revistos
DA REDAÇÃO
Todos os contratos firmados
sem licitação com o objetivo de
reconstruir as áreas afetadas pelo
furacão Katrina serão revistos,
afirmou ontem o chefe da Fema
(Agência Federal de Administração de Emergências dos EUA).
David Paulison, que assumiu o
cargo no mês passado após o seu
predecessor, Michael Brown, pedir demissão sob pesadas críticas
sobre sua falta de experiência na
área, disse a uma comissão do Senado norte-americano que a
agência agora irá abrir licitação
para as obras relacionadas à destruição causada pelo Katrina.
"Nunca fui um fã de contratos
sem licitação", disse Paulison.
"Mas, às vezes, é necessário adotar esse procedimento, visando
resolver os problemas. Mas eu
posso assegurar que nós vamos
examinar todos os documentos
com muito cuidado."
Nas semanas após o desastre,
mais de 80% de US$ 1,5 bilhão em
contratos foi concedido sem nenhuma ou com pouca concorrência entre empresas, a maioria delas de fora do golfo do México,
área que foi vítima da passagem
do furacão. Auditorias também
identificaram que algumas justificativas usadas para firmar os contratos não eram sólidas.
Estima-se que vão ser gastos até
US$ 200 bilhões para a reconstrução da região. Congressistas estão
questionando o modo como as
obras foram passadas sem licitação a essas empresas.
O senador democrata Carl Levin disse que, segundo as leis federais, os contratos de reconstrução devem ser concedidos a firmas locais quando isso é possível.
"Nós temos conhecimento de vários trabalhadores das regiões
atingidas que foram obrigados a
dar lugar a pessoas vindas de outros Estados", declarou.
O chefe da Fema reconheceu
que, "objetivando reconstruir a
comunidade, as pessoas precisam
de emprego, de moradia, e nós estamos trabalhando para isso".
Joseph Lieberman, senador democrata, questionou o fato de a
Fema não ter realizado licitações
-para as áreas de habitação e suprimento, por exemplo- antes
de um desastre ocorrer.
"Está claro que a Fema estaria
em uma posição muito mais favorável se houvesse já uma série de
contratos firmados para o mesmo
tipo de serviços a que a agência teve de recorrer agora, mas sem realizar licitações. Assim, tememos
que os contribuintes tenham gasto mais dinheiro do que deveriam", disse Lieberman.
A senadora Susan Collins, uma
republicana, questionou uma suposta malversação dos gastos relacionados às vítimas do furacão,
já que muitas delas seguem hospedadas em hotéis ou abrigos, enquanto a Fema teve US$ 2 bilhões
em despesas para construir 120
mil trailers temporários e casas
móveis para os desabrigados.
Apenas 109 famílias de Lousiana
foram acomodadas nesses locais.
Cerca de 68 mil vítimas prosseguem em abrigos.
O presidente George W. Bush
estabeleceu a data de 15 de outubro como prazo máximo para os
desabrigados encontrarem um
novo lar -cuja busca pode ser
realizada com auxílio financeiro
proveniente da Fema.
Emprego
O senador do Partido Republicano John Warner expressou
preocupação com o fato de que
metade da força de trabalho da
Prefeitura de Nova Orleans foi demitida porque a base de recolhimento de impostos da cidade foi
destruída. A Fema diz que a ajuda
aos governos locais é de cerca de
US$ 5 milhões nesses casos.
Com agências internacionais
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