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Convidado, Lula deve ir a cúpula sobre conflito árabe-israelense
Reunião não tem data confirmada; convite foi feito por Abbas e Bush em setembro
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
É bastante provável que o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva participe da reunião de
cúpula sobre o conflito palestino-israelense, a pedido tanto
do presidente norte-americano, George W. Bush, quanto do
presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Nem a data nem o local estão oficialmente definidos, pois
a organização da cúpula vem
esbarrando em precondições
contraditórias tanto de Israel
quanto dos países árabes.
Abbas teve encontros paralelos com Bush e com Lula em
Nova York, onde todos estiveram em setembro passado para
a abertura da Assembléia Geral
da ONU. Ele pediu a Bush que
convidasse Lula para a cúpula e
foi ao próprio Lula fazer o convite diretamente.
Na mesma viagem, o ministro das Relações Exteriores,
Celso Amorim, também teve
reuniões à parte com a chanceler Tzipi Livni, de Israel, que
Lula pretende visitar em 2008.
Também se encontrou com os
colegas do Egito e da Síria.
No Planalto e no Itamaraty
avalia-se que o presidente brasileiro não poderia recusar um
convite para integrar um esforço internacional pela paz no
Oriente Médio, especialmente
porque há anos reivindica uma
vaga permanente no Conselho
de Segurança da ONU.
Lula vai em novembro ao
Haiti, que Bush também visitará em data ainda a definir. Se a
cúpula sobre o Oriente Médio
for no mesmo mês nos EUA, ele
pode emendar a viagem. Nesta
semana, a secretária de Estado
dos EUA, Condoleezza Rice, terá encontros com Abbas e o
premiê israelense, Ehud Olmert, em mais uma tentativa de
fechar o programa da reunião.
O governo brasileiro tem sido ostensivo na sua aproximação com o mundo árabe e promoveu em Brasília, em 2005, uma polêmica reunião de cúpula entre países árabes e da América do Sul.
Na visão do Itamaraty, o convite feito a Lula nada mais é do
que o reconhecimento de que o
Brasil está ampliando sua influência nas questões internacionais e tende a ser progressivamente chamado para discussões do porte dessa, sobre a
questão palestino-israelense.
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