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Musharraf é reeleito, mas pleito indireto depende de aval judicial
Ditador terá de esperar sessão da Suprema Corte que decidirá se sua candidatura é válida
DA REDAÇÃO
O ditador do Paquistão, Pervez Musharraf, venceu ontem
as eleições indiretas para presidente, mas terá de esperar que
a Suprema Corte do país julgue
se sua candidatura é válida para
ficar mais cinco anos no poder.
Como esperado, Musharraf
recebeu 671 dos 685 votos de
senadores e deputados que permaneceram nos plenários do
Parlamento e das quatro Assembléias provinciais aptas para a eleição, disse o governo.
A votação no colégio eleitoral
de 1.170 membros foi marcada
pelo boicote dos oposicionistas.
O PPP, da ex-primeira-ministra Benazir Buttho, anunciou
que se absteria e retirou seus
candidatos. O juiz Wajihuddin
Ahmed, que permaneceu como
candidato, recebeu apoio de oito parlamentares e seis votos
foram considerados nulos.
O resultado não é oficial. Decisão tomada anteontem pela
Corte Suprema Paquistanesa
pôs a eleição num imbróglio jurídico. O tribunal máximo autorizou a realização da votação
ontem, mas proibiu que o vencedor seja reconhecido até que
a instância julgue, no dia 17, os
pedidos para que Musharraf seja declarado inelegível.
Os pedidos, feitos por parte
da oposição, alegam que o ditador -que já ocupa o cargo de
presidente desde 1999- não
pode concorrer à Presidência
enquanto mantiver a chefia do
Exército. O governo, por sua
vez, diz que o ditador deixará o
comando da Força assim que
for declarado vencedor.
Na semana passada, a Suprema Corte já havia se recusado a
julgar petições semelhantes,
limpando o caminho para a
candidatura de Musharraf. Mas
nesse meio tempo outros pedidos foram apresentados.
Em meio à incerteza jurídica,
o ditador tenta costurar um
acordo com Benazir Buttho,
exilada em Londres. Embora os
partidários da ex-premiê tenham se retirado do plenário,
anteontem o general baixou
um decreto encerrando os processos por corrupção contra altos funcionários de governos
entre 1986 e 1999, o que livra
Buttho de várias ações.
Advogados protestaram contra o governo nas capitais de
quatro Províncias. Num breve
pronunciamento, Musharraf
pediu que a oposição abandone
o confronto e que a nação reprove aqueles que "criam confusão na sociedade, organizando greves e protestos".
Com agências internacionais
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