São Paulo, domingo, 07 de outubro de 2007

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Musharraf é reeleito, mas pleito indireto depende de aval judicial

Ditador terá de esperar sessão da Suprema Corte que decidirá se sua candidatura é válida

DA REDAÇÃO

O ditador do Paquistão, Pervez Musharraf, venceu ontem as eleições indiretas para presidente, mas terá de esperar que a Suprema Corte do país julgue se sua candidatura é válida para ficar mais cinco anos no poder.
Como esperado, Musharraf recebeu 671 dos 685 votos de senadores e deputados que permaneceram nos plenários do Parlamento e das quatro Assembléias provinciais aptas para a eleição, disse o governo.
A votação no colégio eleitoral de 1.170 membros foi marcada pelo boicote dos oposicionistas. O PPP, da ex-primeira-ministra Benazir Buttho, anunciou que se absteria e retirou seus candidatos. O juiz Wajihuddin Ahmed, que permaneceu como candidato, recebeu apoio de oito parlamentares e seis votos foram considerados nulos.
O resultado não é oficial. Decisão tomada anteontem pela Corte Suprema Paquistanesa pôs a eleição num imbróglio jurídico. O tribunal máximo autorizou a realização da votação ontem, mas proibiu que o vencedor seja reconhecido até que a instância julgue, no dia 17, os pedidos para que Musharraf seja declarado inelegível.
Os pedidos, feitos por parte da oposição, alegam que o ditador -que já ocupa o cargo de presidente desde 1999- não pode concorrer à Presidência enquanto mantiver a chefia do Exército. O governo, por sua vez, diz que o ditador deixará o comando da Força assim que for declarado vencedor.
Na semana passada, a Suprema Corte já havia se recusado a julgar petições semelhantes, limpando o caminho para a candidatura de Musharraf. Mas nesse meio tempo outros pedidos foram apresentados.
Em meio à incerteza jurídica, o ditador tenta costurar um acordo com Benazir Buttho, exilada em Londres. Embora os partidários da ex-premiê tenham se retirado do plenário, anteontem o general baixou um decreto encerrando os processos por corrupção contra altos funcionários de governos entre 1986 e 1999, o que livra Buttho de várias ações.
Advogados protestaram contra o governo nas capitais de quatro Províncias. Num breve pronunciamento, Musharraf pediu que a oposição abandone o confronto e que a nação reprove aqueles que "criam confusão na sociedade, organizando greves e protestos".


Com agências internacionais


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