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EUROPA
Haverá 1 dia a mais de trabalho
Auxílio aos idosos faz francês trabalhar mais
DA REDAÇÃO
A França anunciou ontem que
sua força de trabalho deixará de
ter um dia de folga por ano para
melhorar o atendimento público
aos idosos e incapacitados, após a
onda de calor que matou cerca de
15 mil pessoas no último verão no
hemisfério Norte e expôs falhas
na rede de saúde francesa.
"O último verão foi mortífero.
Isso mostrou que temos a obrigação de ajudar os idosos", afirmou
o premiê Jean-Pierre Raffarin durante o anúncio. Por causa do
grande número de mortes, sobretudo de idosos, os necrotérios
também ficaram superlotados.
Corpos não reclamados foram
enterrados como indigentes.
Os trabalhadores deverão abrir
mão de um dia de folga por ano
-um feriado ou algum outro dia
sem trabalho- para aumentar a
arrecadação pública em US$ 10,3
bilhões até 2008. A medida começará a vigorar em julho de 2004.
"Precisamos de um apoio com
base na fraternidade. Os trabalhadores darão um dia de salário, e as
empresas, um dia de lucro", disse
o premiê. Os empregados pagarão uma contribuição adicional
de 0,3% sobre o que recebem em
troca do dia extra de salário. As
empresas arcarão com uma nova
taxa de 0,3%. Não ficou claro como os autônomos contribuirão.
O dinheiro será usado na contratação de 15 mil enfermeiras e
na criação de 10 mil vagas em asilos públicos até 2007. Metade do
valor servirá para ajudar os incapacitados ao trabalho. Raffarin
disse que os funcionários públicos deixarão de folgar no feriado
de Pentecostes, que geralmente
cai em maio. A iniciativa privada
ficará livre para escolher.
A popularidade do premiê tem
caído desde as mortes pelo calor,
cujo mês crítico foi agosto. Em
outubro, era aprovado por 35%,
contra 33% neste mês. No início
do ano, tinha um índice de 57%.
As reações variaram. O Medef, o
principal movimento empresarial
do país, elogiou a medida. O instituto econômico OFCE avaliou
que criar mais um dia útil com a
demanda fraca pode gerar 30 mil
demissões. Sindicatos previram
que a medida será um "pesadelo
burocrático". O plano vai na direção oposta ao corte de impostos e
de horas de trabalho que o governo vinha adotando.
Com agências internacionais
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