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REINO UNIDO
Ex-ministro Howard é eleito para tentar romper a hegemonia trabalhista
Conservador veterano desafiará Blair
MIKE PEACOCK
DA REUTERS, EM LONDRES
O Partido Conservador britânico, de oposição, escolheu o veterano ex-ministro Michael Howard como seu novo líder, num esforço para pôr fim a anos de disputas internas e preparar uma
chapa que tenha condições reais
de desafiar eleitoralmente o premiê Tony Blair (trabalhista).
O partido, que já abrigou grandes nomes da política, como os
premiês Winston Churchill
(1940-45; 1951-55) e Margaret
Thatcher (1979-90), mas que hoje
está em dificuldades, derrubou na
semana passada seu líder anterior, Iain Duncan Smith.
Howard, representante da direita do partido, disse que vai trabalhar incansavelmente, mas exigiu
unidade. Ele prometeu conduzir
o partido de uma posição de centro para outra, mais de direita.
"Somos todos tripulantes de
uma das melhores embarcações
de campanha que o mundo da
política já conheceu", disse Howard, falando de seu partido, que
governou o Reino Unido durante
a maior parte do século 20. "Nosso dever inescapável é assegurar
que, à medida que a desilusão
com o Partido Trabalhista for se
convertendo em consternação,
estejamos a postos para formar o
próximo governo, unidos em
nossa meta comum."
Blair vem tendo um ano difícil.
Seus índices de popularidade vêm
caindo depois da Guerra do Iraque, e foi a incapacidade de Duncan Smith de tirar proveito disso
que lhe custou o cargo.
Mas analistas dizem que, embora a estatura política de Howard
deva representar um desafio para
Blair, é pouco provável que o novo líder conservador reduza a hegemonia trabalhista nos 18 meses
que restam para a eleição.
Seus defensores dizem que ele
terá sucesso onde Duncan Smith
fracassou, cobrando de Blair a
responsabilidade por tudo, desde
os serviços públicos deficientes
até a Guerra do Iraque.
Howard foi bastante impopular
quando esteve no governo, nos
anos 90. A equipe de Blair já começou a lembrar à população o
histórico de linha dura de Howard como ministro do Interior.
"As pessoas estão começando a
enxergar por trás da fachada trabalhista", disse Howard. "O índice de confiança pública dos trabalhistas está baixíssimo, e seu índice de apoio público também. A
confiança pessoal em Tony Blair
está em frangalhos."
Com a maioria maciça de que
dispõe no Parlamento, é provável
que Blair condene os conservadores a uma terceira derrota eleitoral
sucessiva, provavelmente em
2005. Mas, se Howard conseguir
prejudicar seriamente a maioria
de que Blair dispõe, seu retorno
ao poder na eleição seguinte viraria uma possibilidade real.
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