São Paulo, terça-feira, 07 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

saiba mais

Voto ocasional deve decidir quem manda

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

Na disputa entre democratas e republicanos pelo controle do Congresso, o eleitor irregular, aquele que vai às urnas ocasionalmente, é quem deve definir o resultado eleitoral.
Pesquisa do Centro de Pesquisas Pew revela que 43% dos americanos são registrados na Justiça eleitoral, mas raramente ou nunca votam. Outros 35% são eleitores freqüentes e 22% da população nunca se registrou para votar.
O voto não é obrigatório nos Estados Unidos, e as eleições acontecem num dia útil, em meio ao expediente de trabalho.
O levantamento do centro de pesquisas traça um perfil do eleitor irregular americano: é solteiro, descrente da política, menos decepcionado com o governo republicano, embora insatisfeito com o presidente George W. Bush, menos engajado em causas partidárias e com escolaridade menor. A pesquisa ouviu 1.804 americanos em todas as regiões do país, entre os dias 21 de setembro e 4 de outubro.
Na última eleição nos EUA, em 2004, para presidente, 72% dos cidadãos maiores de 18 anos estavam registrados para votar. Destes, 64% votaram. À época, votaram 67% dos eleitores brancos maiores de 18 anos, 60% dos negros, 44% dos asiáticos e 46% daqueles com origem hispânica. Nas eleições legislativas, a participação é, historicamente, de 40% dos americanos maiores de 18 anos.

Disputa
O eleitor irregular é disputado por democratas e republicanos por não ter uma filiação partidária. Seu voto, aponta a pesquisa, é pendular, variando de acordo com o momento político. Seis em cada dez dizem não conhecer o candidato quando votam.
Mas o que os leva a votar, ainda que ocasionalmente? "Os eleitores se dizem culpados por não votar, mas, ao mesmo tempo, acreditam que o voto não vai mudar nada", avalia Andrew Kohut, diretor do centro de pesquisas.
No geral, o eleitor regular, que vai às urnas em todas as eleições, é homem, branco, maior de 50 anos, casado, com renda anual superior a US$ 75 mil e religioso. Neste extrato, 41% se dizem republicanos, 39%, democratas e 30%, independentes. No grupo, 38% afirmam ser conservadores, 35%, moderados, e 34%, liberais (de esquerda, nos EUA).
Eleitores que não se registraram, o que os deixa inabilitados para votar, apontam o isolacionismo como motivo para não participar da vida política do país: o grupo inclui imigrantes que, mesmo legalizados, não querem se expor, migrantes dentro dos EUA e pessoas sem ligação com a vida comunitária.
O controle do Senado deve ser decidido em disputadas apertadas por cadeiras atualmente pertencentes aos republicanos dos Estados da Virgínia, Missouri, Tennessee e Montana.


Texto Anterior: Eleições nos EUA/ Legislativo em baixa: Congresso atual é considerado o pior
Próximo Texto: Diário de campanha
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.