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Voto ocasional deve decidir quem manda
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
ENVIADO ESPECIAL
A WASHINGTON
Na disputa entre democratas e republicanos pelo
controle do Congresso, o
eleitor irregular, aquele
que vai às urnas ocasionalmente, é quem deve definir o resultado eleitoral.
Pesquisa do Centro de
Pesquisas Pew revela que
43% dos americanos são
registrados na Justiça eleitoral, mas raramente ou
nunca votam. Outros 35%
são eleitores freqüentes e
22% da população nunca
se registrou para votar.
O voto não é obrigatório
nos Estados Unidos, e as
eleições acontecem num
dia útil, em meio ao expediente de trabalho.
O levantamento do centro de pesquisas traça um
perfil do eleitor irregular
americano: é solteiro, descrente da política, menos
decepcionado com o governo republicano, embora insatisfeito com o presidente George W. Bush,
menos engajado em causas partidárias e com escolaridade menor. A pesquisa ouviu 1.804 americanos
em todas as regiões do
país, entre os dias 21 de setembro e 4 de outubro.
Na última eleição nos
EUA, em 2004, para presidente, 72% dos cidadãos
maiores de 18 anos estavam registrados para votar. Destes, 64% votaram.
À época, votaram 67% dos
eleitores brancos maiores
de 18 anos, 60% dos negros, 44% dos asiáticos e
46% daqueles com origem
hispânica. Nas eleições legislativas, a participação é,
historicamente, de 40%
dos americanos maiores
de 18 anos.
Disputa
O eleitor irregular é disputado por democratas e
republicanos por não ter
uma filiação partidária.
Seu voto, aponta a pesquisa, é pendular, variando de
acordo com o momento
político. Seis em cada dez
dizem não conhecer o candidato quando votam.
Mas o que os leva a votar, ainda que ocasionalmente? "Os eleitores se dizem culpados por não votar, mas, ao mesmo tempo,
acreditam que o voto não
vai mudar nada", avalia
Andrew Kohut, diretor do
centro de pesquisas.
No geral, o eleitor regular, que vai às urnas em todas as eleições, é homem,
branco, maior de 50 anos,
casado, com renda anual
superior a US$ 75 mil e religioso. Neste extrato, 41%
se dizem republicanos,
39%, democratas e 30%,
independentes. No grupo,
38% afirmam ser conservadores, 35%, moderados,
e 34%, liberais (de esquerda, nos EUA).
Eleitores que não se registraram, o que os deixa
inabilitados para votar,
apontam o isolacionismo
como motivo para não
participar da vida política
do país: o grupo inclui imigrantes que, mesmo legalizados, não querem se expor, migrantes dentro dos
EUA e pessoas sem ligação
com a vida comunitária.
O controle do Senado
deve ser decidido em disputadas apertadas por cadeiras atualmente pertencentes aos republicanos
dos Estados da Virgínia,
Missouri, Tennessee e
Montana.
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