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Governadores foram eleitos pela 1ª vez em 2005; antes, eram nomeados
DA ENVIADA A LA PAZ
Se levado adiante o referendo
revogatório sobre os governadores dos nove departamentos
bolivianos, será apenas a segunda vez que as populações
dessas divisões administrativas
da Bolívia decidirão a respeito
de seus representantes.
Depois da crise de 2003,
quando o presidente Gonzalo
Sánchez de Lozada caiu após
uma revolta popular, os departamentos bolivianos intensificaram a campanha para poder
eleger diretamente seus governadores -até então, nomeados
pelo Executivo nacional.
Na eleição de novembro de
2005, quando Evo Morales
venceu a disputa presidencial,
foram eleitos pela primeira vez
os governadores dos nove departamentos bolivianos.
Antes, o espaço de representação política nas regiões, principalmente no poderoso departamento de Santa Cruz, era
ocupado pelos Comitês Cívicos, que reúnem a elite local,
principalmente empresários, e
existem desde meados da metade do século passado.
Há também um setor radical
do movimento local, chamado
Nação Camba, que faz campanha pela separação de Santa
Cruz do resto da Bolívia. Rubén
Costas, atual governador cruzenho, foi presidente do Comitê Cívico do departamento.
Separatismo
Santa Cruz se rebelou duas
vezes contra o governo central
no século 19, mas perdeu. Em
1959, durante o governo do
MNR (Movimento Nacional
Revolucionário), houve intervenção militar no departamento, acusado de separatismo.
Segundo Martín Sivak, no livro "Santa Cruz: Una Tesis"
(Plural, 2007), o separatismo
nunca foi a maior bandeira do
departamento. E as demandas
de autonomia ficaram em segundo plano nos governos do
cruzenho Hugo Banzer (ditador de 1971 a 1978 e presidente
eleito de 1997 a 2001) e de Sánchez de Lozada (1993-1997 e
2002-2003) porque o comitê
conseguia negociar seus pedidos com o governo central.
À diferença do Brasil, a Bolívia não é uma federação, com
autonomia relativa dos Estados, que podem ter impostos e
legislação próprios, desde que
não entrem em conflito com a
Constituição.
Também na eleição de 2005,
a população boliviana votou em
um referendo sobre a autonomia dos departamentos. O
"sim" à relativa independência
administrativa em relação a La
Paz venceu em Santa Cruz,
Pando, Tarija e Beni -chamados de "terras baixas". Nacionalmente, porém, o "não" às
autonomias venceu.
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