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Bomba explode em firma de advogados e mata um em Paris
Polícia descarta ato terrorista, apesar de vizinhança com entidade judaica e escritório que teve como sócio Sarkozy
Pacote de madeira com dois
explosivos foi entregue por
um mensageiro; secretária
de 60 anos morreu e um
advogado teve ferimentos
DA REDAÇÃO
Uma caixa de madeira entregue por um mensageiro explodiu ontem num escritório de
advocacia em Paris, matando
uma secretária e ferindo gravemente um advogado. A ministra do Interior, Michele Alliot-Marie, afirmou tratar-se de um
crime, mas sem as características de um atentado terrorista.
A hipótese de terrorismo foi
imediatamente levantada porque no mesmo andar em que
está instalado o escritório funciona a Fundação para a Memória da Shoah, criada para recuperar bens de judeus franceses confiscados pelo nazismo.
Mas o fundador e presidente
da entidade, Serge Klarsfeld,
disse que ele e seus 12 colaboradores não foram aparentemente o alvo dos explosivos, mesmo
porque em sete anos de atividades não registraram nenhuma
forma de ameaça.
Três andares abaixo funciona um outro escritório de advocacia, criado em 1987 e que teve
como sócio o atual presidente
da República, Nicolas Sarkozy.
A polícia descartou qualquer
relação da bomba com a Arnaud Claude e Associados, sucessora do escritório.
Christian Charrière-Bournazel, presidente da entidade dos
advogados parisienses, esteve
no local e afirmou estar seguro
de que o ato "não tem ligações"
com o escritório em que atuou
o atual presidente.
A ministra do Interior argumentou, por sua vez, que cada
conjunto comercial traz placas
bastante visíveis, com a sinalização de seus ocupantes, o que
contradiz a hipótese de o pacote com explosivos ter sido entregue por engano a alguém
que não era seu destinatário.
O edifício, localizado no número 72 do boulevard Malheserbes, no aristocrático 8º Distrito de Paris, foi cercado por
forte dispositivo policial. Participam do inquérito a polícia e a
Procuradoria de Justiça.
A secretária morta pela bomba tinha 60 anos e sua identidade não foi revelada. O advogado, que estava próximo da escrivaninha dela quando a caixa
com as duas bombas que explodiram simultaneamente foi
aberta, chama-se Olivier Brane,
58. Ele não corre risco de morte. Segundo a Reuters, o pacote
estava endereçado a ele.
Testemunha diz que ele estava bastante ensangüentado ao
ser retirado por uma ambulância por volta das 13h locais (10h,
em Brasília), dez minutos depois da explosão.
O prefeito de Paris, o socialista Bertrand Delanoë, chegou
em seguida para acompanhar
as operações de resgate -cinco
outras pessoas sofreram ferimentos mais leves- e declarou
se tratar de um "horrível ato
criminoso". A ministra do Interior, que estava em Bruxelas,
chegou duas horas depois.
"Ato atroz", diz Elysée
No final da tarde, o porta-voz
de Sarkozy, David Martinon,
qualificou o episódio de "um
ato verdadeiramente atroz".
O escritório de advocacia visado, o Gouet-Jenselme e Associados, não trata de questões
controvertidas. É especializado
em divórcios, apólices de seguro e transações imobiliárias. O
único dano material deixado
pela explosão foram os vidros
estilhaçados de uma janela.
Um especialista em antiterrorismo disse à Associated
Press que a hipótese de um
atentado islâmico ou de separatistas da Córsega foi descartado, porque esses grupos utilizam bombas maiores.
Com agências internacionais
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